quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Pandemia chegou ao platô no Brasil, mas por que a curva não cai? ✰ Artigo de Gabriela Wolthers

Em 9 de maio, o Brasil atingiu um patamar simbólico em relação ao coronavírus: 10 mil mortes.
Praticamente três meses depois chegamos aos inacreditáveis 100 mil óbitos.
Em 90 dias, o número se multiplicou por dez. Onde vamos parar?
A resposta seria mais fácil se já estivéssemos na curva descendente de mortes móveis diárias.
A questão, que torna o Brasil um dos casos mais complexos desta pandemia, é que estamos com uma
curva estável, o chamado platô, desde pelo menos o início de junho.
Mas é um platô alto, de cerca de mil óbitos por dia. Por que o número não cai?
Pelo fato de o Brasil ser um país continental, no qual o vírus migra.
Começou nas capitais e foi se estendendo para o interior, inclusive de São Paulo. Começou na região Sudeste e Norte e foi se espalhando para o Centro-Oeste e Sul do país.
É essa gangorra, na qual o número de mortes cai de um lado e sobe do outro, que não deixa curva diminuir.
Por isso mesmo, faz cada vez menos sentido pensar em uma estratégia para todo o Brasil.
Isso não significa defender o cada um por si que reina atualmente.
O sistema teria que estar interligado para que, dependendo do estágio de
cada lugar, medidas específicas fossem tomadas.
Mas estamos muito longe de tal realidade.

Nenhum comentário: