O radicalismo dos tempos atuais é: ficar bestificado com a possibilidade de censura de toda e qualquer opinião divergente.
Opinião divergente, na novilíngua tupiniquim, é "fake news".
Quando um jornal tradicional erra, chama-se ''errata''.
Quando um site conservador ou liberal erra, é "fake news".
E daí é só telefonar para o STF, que acionará a PF, e jogará este "fakenewzeiro" numa masmorra .
Democracia é, basicamente, concordar comigo.
Se você discorda, lhe carimbo com "fake news" -- na testa.
Se possível, em vermelho. Escarlate.
Sem um pingo de modéstia, de auto-crítica, a mídia tradicional alimenta o monstro que, mais adiante, lhe engolirá.
Antes, a imprensa tradicional era um imenso chuveiro que alimentava o 'brasileiro médio', e a opinião pública estava formada.
Hoje, a chuva vem do chão, contrariando as leis da física.
As redes sociais, com defeitos, claro, como tudo na vida, inverteram a ordem dos fatores.
O cidadão, empoderado (!), decide em quem confiar e como confiar. Se quer acreditar que a terra é plana, direito dele. Se quer acreditar que existe socialismo e liberdade, direito dele. Se quer acreditar que existe um shake que emagrece em 3 dias, direito dele.
Mas não pensam no amanhã.
Na era do imediatismo, do tuíte para ontem, não pensam que, ontem, foi um ''blogueirinho'' de ''extrema-direita''.
Amanhã, será o Jornal Nacional impedido de noticiar qualquer podre da política nacional. E se for do STF, então, cana! Fechem o JN. Joguem ambos apresentadores atrás das grades.
País sério não brinca com liberdade.
Só um país carcomido por cupins das sombras, por vampiros das almas alheias, pode assistir, impávido, ao escurecer do horizonte outrora livre do Brasil.
#FreeLivesMatters
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