Sob o nobre pretexto de salvar vidas, medidas autoritárias e totalitárias vêm sendo tomadas em várias cidades do país. Comércio e igrejas fechados, direito de ir e vir regulado, proibição de protestos. Até velórios estão proibidos e a censura vai sendo imposta a quem discorda dos "especialistas preferidos de parte da imprensa.
Autoridades públicas alegam que tudo é feito com base científica. Mas será que é mesmo?
Em Santos, litoral paulista, por exemplo, a prefeitura fechou a praia e o calçadão. Resultado: as pessoas que se espalhavam numa faixa de 300 metros de largura para manter uma distância segura, agora se concentram em apenas 3 metros de calçada do outro lado da avenida.
Que tipo de gênio faria algo assim? O mesmo tipo que tem reduzido as frotas de ônibus em vários municípios, fazendo trabalhadores dos serviços essenciais se aglomerarem no transporte coletivo?
Entendo que o objetivo é desincentivar a circulação, mas isso já está acontecendo. As pessoas já estão saindo o mínimo possível de casa.
Se é para falar de ciência, primeiro é preciso entender que uma circulação mínima é necessária e incentivada até pelo Ministério da Saúde, para manutenção da saúde. A questão é tomar os cuidados e manter distância entre as pessoas.
Alguém por acaso calculou o aumento de doenças físicas, mentais e psicossomáticas causadas pelo estresse, sedentarismo, imunossupressão e falta de sol para fazer síntese de vitamina D? Alguém calculou quanto isso vai sobrecarregar o sistema de saúde para comparar com os custos de permitir uma mínima atividade? Não! Então, não se trata de ciência.
Falar em "ciência" é mero recurso retórico, assim como dizer que a meta é "salvar vidas" sem dizer quantas, sem contabilizar as outras que serão perdidas pelo confinamento e pela crise econômica.
Então, não se engane. Isso não e ciência. É política, e muito bem feita, pelo menos com base no medo que vem sendo estimulado por parte da imprensa. A ciência é o novo óleo de peroba.
Herbert Passos Neto - Jornalista. Analista e ativista político.
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