O prefeito de Itajaí, em Santa Catarina, Volnei Morastoni (MDB-SC), virou notícia nacional, esta semana, ao anunciar que a cidade vai adicionar um novo tipo de tratamento contra o vírus chinês: administração retal de ozônio.
A iniciativa gera piadas e memes em todo o País, com ênfase no RS.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura na 2ª feira (3.ago), Itajaí tem 3.648 casos confirmados da doença e 105 mortes pela pandemia.
Em uma live feita no Facebook da prefeitura, Morastoni explicou que inscreveu o município na Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) para iniciar um protocolo de pesquisa para uso do ozônio no tratamento da covid-19. “Estamos providenciando todas as acomodações, os aparelhos, todo o kit necessário para poder aplicar ozônio“, disse o prefeito.
Segundo ele, apenas pessoas com teste positivo para vírus chinês e que desejem vão receber o ozônio. Morastoni explicou que o tratamento será feito com sessões diárias durante 10 dias. “Provavelmente vai ser uma aplicação via retal, uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima, de 2 minutos, num cateter fininho e isso dá um resultado excelente“, afirmou.
O Conselho Federal de Medicina emitiu uma resolução em 2018 determinando que ozonioterapia só pode ser aplicada no Brasil como procedimento experimental. Segundo o órgão, a terapia deve “ser realizada sob protocolos clínicos de acordo com as normas do sistema CEP/Conep, em instituições devidamente credenciadas“..
A OMS (Organização Mundial da Saúde) já declarou que não existe cura para a doença ou tratamento com eficácia comprovada. A automedicação não é recomendada para prevenção ou tratamento da covid-19. Quanto à ivermectina, documento do Ministério da Saúde esclarece que “ainda não existem evidências clínicas suficientes que permitam tecer qualquer recomendação quanto ao uso de ivermectina em pacientes com covid-19”. O mesmo posicionamento é adotado pela FDA (Food and Drug Administration) –órgão norte-americano equivalente à Anvisa.
A Anvisa já divulgou nota reforçando que o medicamento tem apenas indicação para uso conforme o que consta na bula —o que inclui o tratamento de sarnas e piolhos. Segundo a agência, “não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da Covid-19 no Brasil”.
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