Paulo Coelho pediu ao mundo que não compre produtos brasileiros. A atitude do mago contrariou muita gente. Mas essa gente não sabe com quem está falando. Em se tratando de um mago, Paulo Coelho foi até modesto. Imagine se, em vez de usar o Twitter, ele tivesse usado a magia para sacanear o Brasil. Vocês estão reclamando de barriga cheia.
Se quisesse, num passe de mágica, Paulo Coelho jogava o seu país de origem na miséria, completando gloriosamente a obra de Lula, seu líder predileto. E vocês aí se irritando por causa de um post contra produtos brasileiros…
Vocês não sabem do que um mago é capaz. Não têm ideia do que seja o poder da magia. Paulo Coelho poderia estar matando, poderia estar roubando e poderia estar transformando o Brasil em abóbora (bichada). Mas está só pedindo um boicote mundial aos produtos brasileiros. Parem de reclamar e agradeçam ao mago por sua humildade e comedimento. Se vocês continuarem perturbando, da próxima vez ele usa seus poderes plenos e aí vocês vão ver o que é bom pra tosse.
Falar em tosse, no meio da polêmica pouca gente percebeu o feitiço lançado pelo mago contra o coronavírus. É o mal da modernidade: fala-se muito e presta-se pouca atenção às coisas boas. Aos que passaram batido, aqui vai a explicação: se tudo der certo e o boicote proposto pelo Paulo Coelho for um sucesso mundial, ninguém mais compra nada daqui, os brasileiros morrem de fome e não precisarão mais se preocupar com a covid.
E aí? Quem vai agradecer ao mago por ter tirado o Brasil do mapa da pandemia? Ninguém. Povo ingrato, só pensa em reclamar.
Paulo Coelho declarou que é preciso salvar os brasileiros do talibanismo cristão. Você nem notou essa sombra engolindo a sua alma porque é um distraído. Mas da mansão do mago na Suíça dá pra ver tudo, absolutamente tudo — no plano físico e no astral. E não adianta miliciano talibã querer sair por aí barbarizando que ele comanda de lá: fique em casa! Estátua! Mandrake! Perdeu, playboy!
Fim de papo. É muita ingenuidade achar que esses fascistas que não têm onde cair mortos seriam páreo pra um alquimista trabalhado nos Alpes suíços. Só na residência oficial do alquimista caberia um punhado de famílias desses pés-rapados brasileiros que não obedecem lockdown. Eles tinham que passar uma temporada na mansão do mago pra entender, de uma vez por todas, como é bom ficar em casa. Mas essa gente não entende nada. Só boicotando, mesmo.
Tem gente que não entende também por que o Paulo Coelho não pediu ao mundo que boicotasse o Brasil quando o PT estava depenando a nação — na época de ouro do talibanismo bandoleiro. Nunca é demais repetir: essa gente não entende nada. E não compreende que naquela época era diferente. Não tinha problema nenhum roubar, se o ladrão tivesse habeas corpus moral concedido por subcelebridades associadas à lenda do Robin Hood de auditório. Todos eram felizes e altruístas da porta para dentro do clube. O resto é inveja.
Está mais do que na hora de parar com essa balbúrdia do lado de fora. Nem dá pra ouvir direito as laives chiquérrimas com essa gente mal-educada andando por aí sabe-se lá por quê, se basta um touch pra estar tudo na sua mão. É muita falta de magia.
Mas, se todo mundo se comportar direitinho, começar a falar mais baixo e parar de andar por aí sem necessidade, o Paulo Coelho pode até desistir do boicote e fazer chover na Amazônia pra acabar com as queimadas. A esperança dos brasileiros é o mago.
Guilherme Fiuza - Jornalista
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