sábado, 3 de abril de 2021

Suspeitíssimo da morte de menino de 4 anos, Dr. Jairinho assume vaga no Conselho de Ética da Câmara do Rio

O vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) assumiu uma vaga no Conselho de Ética da Câmara Municipal, em 11 de março, três dias depois da morte do menino Henry.
Dr. Jairinho é investigado pela morte do enteado Henry Borel Medeiros, de 4 anos. O menino morreu na madrugada de 8 de março, na Barra da Tijuca. Ele estava sob os cuidados do médico e padrasto e da mãe, Monique Medeiros, e as circunstâncias ainda estão sendo analisadas pela polícia.
Segundo mãe do garoto, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, Henry foi encontrado desacordado no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, e levado para o hospital. Um laudo obtido pela TV Globo mostrou que o menino já chegou morto na unidade de saúde.
Laudo apontou que o menino tinha várias lesões internas no corpo, indicando "laceração hepática causada por uma ação contundente e hemorragia interna" como causas da morte.
Uma ex-namorada do vereador confirmou que ela e a filha foram agredidas pelo político há cerca de oito anos, quando os dois mantinham um relacionamento. A testemunha foi ouvida por quase seis horas e relatou as violências sofridas por ela e a filha que, na época, tinha 4 anos.
Esta semana, o pai do menino morto, o engenheiro Leniel Borel, afirmou que o médico teria dito a ele que “fizesse outro filho”, na noite em que a família soube da morte da criança no hospital.
“Ele é muito frio. Assim que foi decretado o óbito do meu filho, Dr. Jairinho chegou perto de mim e, na frente de uma pessoa da igreja que frequento e de uma amiga minha, disse: ‘vamos virar essa página. Vida que segue. Faz outro filho'”.
E prosseguiu:
“Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado. Naquela noite no hospital, ele ficava junto aos médicos que tentaram salvar o Henry o tempo todo. A princípio, eu achava que era porque também era médico, mas agora percebo que era para acobertar o que realmente aconteceu”, recordou.
Leniel disse não acreditar na versão prestada em depoimento pela mãe do garoto, Monique Medeiros da Costa e Silva, e pelo padrasto de que foi um acidente a morte de Henry.
“Tenho certeza de que não é o que estão dizendo. Como uma criança saudável teria tantas lesões graves só de cair da cama?”, disse, acrescentando que o menino “tinha horror ao tio Jairinho”.
E completou:
“Suspeito de que aquela cena do quarto do casal, onde teria sido achado caído, foi armada. Meu filho tinha horror e não ficaria na cama dele. Ele dormia no seu quarto, onde tinha uma caminha que acabei de comprar e foi entregue lá. Deixei o meu filho perfeito naquela noite e horas depois ele estava morto, inchado, num hospital. E ainda queriam que eu achasse isso completamente normal”.
O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), do Rio de Janeiro, deve entregar, em até 15 dias, o laudo da reprodução simulada feita nesta quinta-feira (1), no apartamento onde a criança morava com a mãe e o padrasto. A conclusão da investigação definirá se a polícia aceita a tese de que houve um acidente doméstico ou se o menino foi alvo de um crime: nesse caso, o casal, que estava com ele na noite da morte, pode ser até indiciado.

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