sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Concurso de ladrões: esquerda "versus" direita ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Será que a direita, com todas as “rachadinhas” que pratica, teria moral suficiente para censurar a esquerda pelos 10 trilhões de reais que roubou dos cofres públicos enquanto governou, de 1985 a 2018?
Para que se comece essa tipo de “conversa”, primeiro há que se retroagir ao ano de 1964,oportunidade em que a direita “quedou” a esquerda, mediante o movimento cívico-militar de 31 de março de 1964,ficando alojada no poder até 1985,oportunizando ao país grande salto na sua prosperidade, passando à modernidade, dois aspectos talvez fossem suficientes o necessário para fornecer a “certidão de honestidade” desse período, salvo ,evidentemente, eventuais desvios “pontuais”, aqui e ali, de alguns inescrupulosos que sempre se “grudam” em qualquer governo – seja de esquerda, centro, ou direita - porém não “sistêmica”, como em outras épocas.
Começando, todos os cinco presidentes militares desse período, sem exceção (Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, e João Batista Figueiredo) deixaram bens a inventariar, após as suas mortes, absolutamente compatíveis com os seus rendimentos em vida, ou seja, quase nada, alguns tendo necessidade que se fizesse uma “vaquinha” entre os amigos mais próximos para serem sepultados.
Mas bastou os militares se afastarem espontaneamente do poder, dando lugar aos políticos de esquerda, por vias “democráticas” pervertidas, que “eles” conseguiram manter mesmo durante o Regime Militar, que o assalto irrefreado aos cofres públicos começou com muita “fúria”, paulatinamente se agravando, de governo após governo, até chegar ao “clímax”, com os governos do PT, e “asseclas”, de 2003 a 2018,onde se calcula um “rombo”, por corrupção, aos cofres públicos, da extraordinária quantia de 10 trilhões de reais, valor esse superior ao Produto Interno Bruto - PIB, do Brasil.
Mas a esquerda mais “moderada” que havia governado antes, com Fernando Henrique Cardoso - FHC, de 1995 a 2003,na verdade também roubou, talvez não tanto quanto o pessoal do PT, que os sucederam, porém sem que deixassem vestígios, desvios “rastreáveis”, como após aconteceu com os corruptos do PT “& Companhia Ltda”, quase tudo desvendado após diversas operações da Polícia e Ministério Público Federais, principalmente nas chamadas operações “Mensalão”, e ”Lava Jato”, absurdamente “mutiladas” pelo STF, favorecendo “bandidos”.
A roubalheira “tucana” deu-se principalmente nos processos de privatização dos ativos públicos, onde “torraram” a Embratel, por exemplo, por 1,6 bilhões de reais, quando ela tinha mais que esse valor somente em satélites artificiais de telecomunicações no espaço aéreo. E no “embalo” das “privatarias tucanas” federais, também a operadora de telefonia fixa do Rio Grande do Sul, a estatal Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT, cujo governo estadual na época era do MDB (Antônio Britto), foi “torrada” por menos de 1 bilhão de reais e, passados poucos anos, (re)vendida por 6 vezes mais, sem que tivesse havido pelo comprador qualquer acréscimo na planta telefônica. Portanto o “carro chefe” da roubalheira na “Era FHC” ficou centrada na chamada “privataria tucana”. E até hoje “ficou tudo por isso mesmo”.
Mas do ponto de vista moral, e também do legal, não só não importa o tamanho da roubalheira, como também ao que rouba “menos” não lhe assiste nenhum direito, nenhuma moral, para criticar o “outro”, o que rouba “mais”. Em termos de reparação por danos ao erário, é evidente que os respectivos ressarcimentos deveriam ser em igual grandeza ao valor que foi roubado. Mas no aspecto criminal, a “cadeia” é indistinta para todos, não importando o “tamanho” do roubo, nem que a corrupção “pé-de-chinelo” se trate de uma “rachadinha”, onde políticos sem mínimos escrúpulos se apropriam de toda ou parte da remuneração de algum assessor” fantasma”, ou “rachado”.
Mas apesar da lei não considerar na aplicação da pena o “tamanho” da corrupção, particularmente me causam igual “nojo” tanto o desvio dos 10 trilhões de reais do erário, praticado pela esquerda enquanto governou, quanto o embolso, total ou parcial, dos vencimentos de assessores governamentais ou parlamentares.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

Nenhum comentário: