Há até pouco tempo apenas um nome desconhecido de boa parte do público, o empresário Ricardo Nunes, duas vezes vereador da cidade de São Paulo, assume definitivamente o cargo de maior responsabilidade desde que entrou na política. Nunes substitui o ex-prefeito Bruno Covas, que morreu na manhã deste domingo (16), após perder a luta para um câncer no trato digestivo.
O crescimento de Nunes na política veio por meio de um misto de seu trabalho como empresário e líder comunitário da Zona Sul da capital paulista. Ele construiu uma trajetória apoiada em um partido expressivo, o MDB, e nas relações com alguns setores da Igreja Católica. Recentemente, ele trocou a legenda para o PSDB, partido em que Covas construiu sua vida política.
Eleito por duas vezes vereador na capital paulista, em 2012 e 2016, ele estava pronto para concorrer ao terceiro mandato no Legislativo paulistano quando foi escolhido para compor a chapa de Bruno Covas, ocupando um posto que era cotado para figurões como o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), a senadora Mara Gabrilli (PSDB), e a ex-prefeita Marta Suplicy.
Apesar de ser um nome ainda de pouco destaque no cenário nacional, Nunes ganhou projeção na cidade quando se tornou presidente municipal do MDB. O partido esperava emplacar o apresentador José Luiz Datena como vice de Covas, mas como ele desistiu do projeto, o nome de Nunes ganhou a preferência na corrida interna.
Na campanha de 2020, Nunes, porém, virou o “calcanhar de Aquiles” do prefeito e candidato à reeleição. Acusações de violência doméstica contra ele foram recuperadas e discutidas publicamente em uma reportagem da Folha de São Paulo, mas tanto Nunes quanto a ex-esposa, Regina Carnovale, negaram as denúncias e as atribuíram a uma “fase muito difícil” no relacionamento.
Mesmo com as denúncias, Bruno Covas defendeu Ricardo Nunes publicamente e posicionou-se favorável à inocência do vice, também quando vieram a público notícias envolvendo contratos entre as empresas ligadas a Nunes com a Prefeitura de São Paulo.
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