A partir de agosto, gasolina produzida no Brasil terá especificações novas, com qualidade semelhante a produzida nos EUA e Europa
A diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, disse que o litro da gasolina tende a ficar mais caro a partir de agosto, com a entrada em vigor das novas especificações do derivado. Segundo ela, contudo, o aumento do preço do litro deve ser compensado por uma maior eficiência no consumo dos combustíveis pelos carros.
“Como praticamos o preço de paridade de importação, ela [gasolina com maior qualidade] será mais cara, se comparada à atual. O preço de paridade vai ser um pouco mais elevado, mas isso vai ser compensado, porque ela será mais eficiente. Em termos finais de custo, acreditamos que será mais positivo [para o consumidor], porque poderá rodar mais com menos”, afirmou ela, ao participar de evento on-line.
Anelise destacou que as refinarias da Petrobras já estão preparadas para atender a nova regulamentação da qualidade da gasolina, aprovada em janeiro pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Diesel verde
A diretora afirmou também que a viabilidade econômica do diesel renovável — tecnologia patenteada pela empresa que permite produzir o derivado a partir do coprocessamento de petróleo com óleos vegetais nas refinarias — dependerá da regulamentação do novo produto.
A estatal brasileira defende, junto à ANP, que a comercialização do diesel verde, que começará a ser testado na refinaria Repar, em Araucária (PR), a partir de julho, possa gerar créditos de descarbonização (Cbios) — instrumento do programa federal RenovaBio para a compensação de emissões de gases de efeito estufa. Cada CBio equivale à redução de emissão de 1 tonelada de carbono resultante da substituição do consumo de combustíveis fósseis por renováveis.
“Para que eles [diesel verde e bioquerosene de aviação] sejam economicamente viáveis, precisam ser regulamentados. Esse é o ponto mais relevante para a gente seguir com a produção de diesel verde”, afirmou a executiva, durante evento on-line.
O RenovaBio estabelece metas de emissões para cada distribuidora de combustível, que deve adquirir os CBios dos produtores de combustíveis renováveis.
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