sexta-feira, 26 de junho de 2020

Jornal de Santa Catarina mapeia estátuas para serem derrubadas

Estátua de Dias Velho no Centro de Florianópolis. Bandeirante que fundou Desterro também foi caçador de indígenas
Jornalista Lucas Paraizo do NSC, jornal que é transmitido por afiliada da Rede Globo, 
diz que até nome do estado e "estátuas de figuras controversas" ficam na mira para serem derrubadas como em outros países

Aproveitando a onda de vandalismo, depredação de estátuas e revisionismo histórico promovidos pelos Antifas e Black Lives Matter ao redor do mundo, o jornalista Lucas Paraizo, do jornal NSC, publicou uma matéria na semana passada com o intuito de “informar” aos leitores que algumas estátuas de Florianópolis lembram figuras “polêmicas”:
“As estátuas de figuras controversas de séculos passados também existem em Florianópolis e trazem histórias que, para muitos, não deveriam ser homenageadas.”
Paraizo se vale da opinião de Rodrigo Stüpp, jornalista, guia especializado e intérprete de patrimônio, para indicar algumas estátuas e monumentos que talvez merecem a ira dos Antifas:
“Uma das figuras é Francisco Dias Velho, bandeirante fundador de Nossa Senhora do Desterro – hoje Florianópolis. O guia especializado na história de Florianópolis lembra que Dias Velho foi um “caçador de índios” e chegou na Ilha por volta de 1673 com indígenas escravizados”.
Na Praça XV de Novembro, outro monumento lembra um “episódio sangrento da história do Brasil”, a Guerra do Paraguai. O objetivo do monumento é homenagear os mortos na guerra, mas a obra esquece de “inúmeros escravos levados à batalha”.
“Um lugar que foi espaço do poder, a ponto de ser cercada e não deixarem negros entrarem. O fato de hoje ter ali um Cruz e Sousa gigante olhando pra essa praça de cima, traz um contraste”, destaca Stüpp.
Mais adiante, Paraízo pede opinião de Eliane Veras da Veiga, arquiteta e pesquisadora da memória urbana de Florianópolis, sobre o que fazer com tais monumentos “polêmicos”. Veiga afirma que “não existe resposta certa”.
Mas também diz, com certa timidez, que derrubar as estátuas pode “apagar da história as suas cicatrizes”. A arquiteta descarta a violência física dos monumentos, mas sugere que seria possível um revisionismo histórico com “novas placas, novos textos, para explicar como foi e como é hoje”.
Paraízo lembra que até o nome da cidade, Florianópolis, evoca na memória o derramamento de sangue de catarinenses e estrangeiros, pois o presidente Floriano Peixoto teria ordenado o fuzilamento de 185 pessoas para sufocar a Revolução Federalista de 1893.
“Por causa da chacina, até hoje o nome da cidade não é aceito por muitos”, lamentou o jornalista.
Oliver - dropista, podcaster e palestrante

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