TV Globo faz mudanças drásticas na grade da programação
As drásticas mudanças na programação da Rede Globo não vão sair baratas para a emissora. Após abrir mão da Fórmula 1 e da Copa Libertadores, e perder o Campeonato Carioca e parte do Brasileirão, a emissora ainda precisa digerir a suspensão do desfile de escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo no Carnaval de 2021.
Todos esses desfalques movimentavam cerca de R$ 1 bilhão para a emissora, receita em grande parte vinda de patrocinadores e anúncios.
O cenário pode ser ainda pior se a TV Globo perder os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2022 por causa de uma disputa judicial com a Fifa. Se isto acontecer, a queda pode chegar a R$ 1,5 bilhão.
Ainda assim, não é possível afirmar que a emissora teria esta quantia de prejuízo. Isto porque o valor líquido arrecadado pela Globo com essas programações é reduzido à casa das centenas de milhões após os pagamentos que precisa fazer para sustentar esse “ecossistema” de entretenimento.
Há teorias que apontam que esse “desinvestimento” na programação tradicional é um movimento calculado da emissora. Isto porque o Grupo Globo tem empenhado esforços e recursos em novas tecnologias e mídias, como o streaming Globoplay e o complexo de estúdios Globo, antigo Projac.
Considerado arriscado, o cálculo da direção e dos acionistas do Grupo Globo tem movimentado o mercado televisivo, com SBT e a novata CNN Brasil, por exemplo, se aventurando em terreno que era dominado pela família Marinho, como os esportes.
O QUE DIZ A GLOBO
Em nota ao colunista Ricardo Feltrin, a emissora afirmou que as mudanças na grade são fruto de diversos fatores, incluindo a pandemia, que “tem obrigado as empresas dos mais variados mercados e setores a reverem seus custos e acordos”.
A emissora também citou que outras mudanças, como no futebol, são motivadas por desacordos jurídicos, como o caso do Campeonato Carioca.
LEIA A NOTA DA GLOBO NA ÍNTEGRA
A Globo não abre os valores de suas negociações comerciais, mas é importante contextualizar os movimentos citados.
Primeiro, vamos separá-los: há casos, como o do Campeonato Carioca, que foram motivados por quebra do nosso contrato de exclusividade, algo que não podemos aceitar passivamente.
Outros, sim, têm a ver com os efeitos causados pela pandemia, que ‘desbalanceou’ diversos acordos e nos levou a uma natural necessidade de revisar todo o nosso portfólio de direitos, um dos maiores entre emissoras de TV do mundo.
Assim, como parte dessa revisão de portfólio, a Globo optou por não renovar os direitos de transmissão da Fórmula 1 a partir de 2021. Mesmo sem a transmissão das corridas, a Globo continuará a fazer a cobertura da categoria em suas diversas plataformas.
O mundo está vivendo um dos seus momentos mais desafiadores, inclusive no campo econômico.
Isso tem obrigado as empresas dos mais variados mercados e setores a reverem seus custos e acordos. Esta não é uma realidade exclusiva do Brasil nem mesmo da Globo; ocorre também com outros players e em outros mercados, todos impelidos a buscar uma revisão de seus compromissos, adequando-os a este novo momento. Central Globo de Comunicação – CGCom.
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