A Polícia Civil de João Pessoa, na Paraíba, informou que o padre José Gilmar Moreira, que ficou três dias desaparecido e disse que foi sequestrado, admitiu que forjou o crime. Moreira disse que estava sendo vítima de extorsão e que toda história sobre o sequestro tinha sido inventada.
Segundo o superintendente da Polícia Civil, o delegado Luciano Soares, o religioso responderá por falsa comunicação de crime. Pelo menos 16 policiais foram mobilizados para encontrar o padre.
A partir de agora, o inquérito sobre o sequestro foi encerrado e a investigação passou a ser sobre a suposta tentativa de extorsão que ele vinha sofrendo.
– O padre prestou depoimento por quatro horas e admitiu que inventou a história porque estava sendo vítima de extorsão. Ele disse que não foi sequestrado, nem mantido amarrado dentro do mato durante os três dias que ficou desaparecido – disse o superintendente.
De acordo com o relato do padre, pessoas queriam que ele pagasse R$ 50 mil para não expor ao público fatos pessoais da vida do religioso. O superintendente afirmou que a polícia sabe quais seriam os fatos, mas que não irá revelar para não atrapalhar as investigações.
Ainda de acordo com o depoimento do pároco, os criminosos teriam dado a ele um prazo para que o dinheiro fosse entregue. Sem saber o que fazer, ele decidiu forjar o crime. Ele inventou que foi chamado para rezar um corpo, mas seguiu para uma praia deserta e logo em seguida enviou uma mensagem a outro padre pedindo socorro.
– O padre disse que, quando chegou à praia, tentou tirar a vida se jogando no mar, mas as ondas o jogaram de volta para a areia por várias vezes. Em determinado momento, ele foi atirado sobre pedras. Como não conseguiu o que queria, entendeu aquilo como uma mensagem, uma ajuda de Deus, e voltou para o carro, onde ficou orando por dois dias. Depois decidiu caminhar e acabou sendo encontrado – explicou o superintendente.
Segundo Soares, a descoberta sobre a verdadeira história aconteceu após a versão inicial do padre apresentar inconsistências.
José Gilmar é pároco na Igreja de Santa Terezinha, na capital paraibana. Seu desaparecimento gerou uma grande mobilização nas redes sociais.
Assim que o religioso foi encontrado, a Arquidiocese da Paraíba emitiu nota pedindo respeito ao momento do religioso. Agora, após a reviravolta, a instituição ainda não se manifestou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário