Tenho para mim que as únicas coisas que funcionam bem no serviço público brasileiro, para as quais jamais faltaram todas as “verbas” compatíveis, são as eleições organizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, por um lado, e a máquina de arrecadação tributária, por outro, em que a soma dos diversos tributos cobrados do povo, na prática de um verdadeiro “terrorismo tributário”, fazem do Brasil o campeão do mundo em cobrança tributária.
As eleições e os tributos brasileiros têm organizações “superiores” às de “1º Mundo”, gastando trilhões de reais extorquidos do povo. Por isso os brasileiros vivem numa realidade de verdadeiro “terrorismo tributário”, e na ilusão de viverem num país justo e livre.
Mas enquanto o “endeusamento” eleitoral e tributário acontece, pouca importância e verbas são destinadas aos valores essenciais da sociedade, como saúde, educação, e segurança pública, dentre outros bens e serviços públicos que deveriam merecer prioridade.
A pergunta que todos deveriam fazer a si mesmos é a quem beneficia, prioritariamente, os gastos públicos quase ilimitados com a sustentação das “máquinas” tributárias e eleitorais?
Porventura não estaria havendo absoluta “coincidência” entre os destinatários dessas gigantescas verbas públicas, e os detentores do “direito” de fazer e aplicar as leis, ou seja, os políticos com mandatos eletivos? Isso não seria “legislar” em causa própria? Não estariam se confundindo nas mesmas organizações os autores e os beneficiários dessa malsinada política?
Saberíeis, porventura, que o Brasil tem a máquina pública, inclusive a eleitoral, mais cara do mundo, caminhando ao lado de um dos povos mais pobres?
Mas enquanto a legislação aplicada sobre o povo brasileiro é bastante “dura”, o mesmo não acontece em tudo que se relaciona aos grandes interesses dos poderosos do “establishment”, do “mecanismo”, que têm plena liberdade de agir contra a moral pública com plena cobertura das leis...que eles mesmo escrevem !!!
Não é preciso ir muito longe para provar essa denúncia. A eleição municipal de 2º Turno para prefeito de Porto Alegre, realizada em 29 de novembro de 2020, pode servir de amostragem desse tipo de absurda irregularidade.
Enquanto a legislação eleitoral brasileira é das mais duras do mundo contra o “comum-dos-mortais”, mandando prender quem ousar fazer qualquer “boca de urna” nas eleições, as “grandes infrações” eleitorais, do ponto de vista “moral”, “coincidentemente”, ficam “fora” da legislação, sendo absolutamente toleradas.
Talvez a principal imoralidade consentida na legislação eleitoral, certamente por ser do interesse do “establishment”, trata-se das “pesquisas”, mesmo com a condição “esfarrapada” de registro na Justiça Eleitoral, numa espécie de “faz-de-conta” eleitoral.
Entre o 1º e o 2º turnos da eleição municipal para prefeito de Porto Alegre, onde concorriam os candidatos Sebastião Melo, pelo MDB, e a comunista Manuela D’Ávila, do PCdoB, onde Melo começou bem na frente, gradativamente essa a diferença foi diminuindo. No último momento permissivo de pesquisas,2 dias antes da eleição, quando não haveria mais condições nem tempo de rebatê-la com novas pesquisas, SURPEENDENTEMENTE aparece uma do IBOPE, encomendada e paga pelo Grupo RBS, ”capacho” das Organizações GLOBO, onde Manuela “milagrosamente” ultrapassa Melo, com 51% contra 49%. E não é preciso lembrar que o “capacho” gaúcho da Globo, como a “matriz”, também gostaria de favorecer a candidata da esquerda, Manuela.
Finalizada a apuração no TSE, acabou “dando” Sebastião Melo, com uma diferença de quase 10% sobre Manuela D’Ávila, o qual acabou sendo eleito prefeito de Porto Alegre, ”desmoralizando” a pesquisa-conluio entre o IBOPE e a RBS. Mas essa “barbaridade” não é irregular na legislação eleitoral, e tudo acabará “por isso mesmo”!!!
Tudo leva a crer, portanto, a essa altura dos acontecimentos - porque foi a RBS que encomendou e patrocinou a pesquisa de “última hora” do IBOPE - é que a primeira “forneceu” o resultado que queria pró-Manuela, e o segundo só “assinou” e divulgou. E esse não foi um caso isolado no Brasil inteiro.
E essa “tchiurma” parece que já está “afiando-os-dentes”, com olhares na eleição presidencial de 2022.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
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