Os
governos militares que se instalaram no Brasil após a “intervenção” cívico-militar
de 31 de março de 1964, têm grande responsabilidade pelo maldito “status quo”
político hoje vivenciado pelo povo brasileiro, onde a desgraça moral, política,
econômica e social tomou as rédeas da nação, boicotando e sabotando as
perspectivas de mudança advindas com a eleição presidencial de 2018.
Mas
a “culpa” do Regime Militar pelo “status quo” vigente não está propriamente no desempenho dos seus sucessivos 5 (cinco) governos, de 1964 a 1985, que
inclusive foram excelentes, modernizando e melhorando o país em todas as áreas, num clima de paz, segurança
e prosperidade, deixando de “herança”
uma enorme infraestrutura de obras públicas, que simplesmente “congelaram”, de
lá para cá, após passados “longos” 35 anos, todavia na “besteira” que fizeram,
em 1985, de permitir que se adonassem do poder político uma rafuagem de maus elementos da política que
estava à espreita do poder, tanto
quanto urubus que enxergam carniça, apesar
dos alertas tornados públicos do
desastre porvindouro, dados pelos então ex-Presidentes Ernesto Geisel e João
Figueiredo.
Essa
“rafuagem” política instalada em 1985, que se autodenominou de “Nova
República”, infelizmente não fui destruída, perdurando até hoje.
Mas
o Regime Militar também não pode ser censurado pelo “desmanche” que fez do caos político deixado pelo Governo João
Goulart, que já estava próximo de
implantar o comunismo, mas pode ser censurado pela “herança” que deixou de algo muito pior que
“antes”, um “monstrengo”, uma “mutação genética” da esquerda, que acabou se instalando no poder, e que apesar de não ser governo hoje,
afastada que foi pelas eleições de outubro de 2018, governa
indiretamente, pelos ataques sem limites que faz a quem deveria governar, e que
acabam provocando a quase
ingovernabilidade, com a “parceria” e o apoio explícito do Congresso Nacional, do
STF, e da grande mídia – representantes dos
interesses da “Nova Ordem Mundial”, no plano internacional, e do “establishment/mecanismo”,
internamente.
Resumidamente,
portanto, o Regime Militar merece aplausos pelos seus governos, e pelo
desmantelamento da esquerda da época. Mas não merece nenhum aplauso, devendo
ser censurado, por ter sido “frouxo” e “democrático” demais, com os inimigos da
verdadeira democracia, a quem entregaram o poder, sabendo exatamente qual era o
perfil deles.
“Tudo
começou” com a eleição indireta, pelo Congresso Nacional, do novo Presidente da República, que deveria ser Tancredo
Neves, mas que no dia anterior à sua posse, adoeceu, tomando posse, no seu
lugar, o Vice-Presidente, José Sarney, em 15 de março de 1985, que acabou
assumindo definitivamente a presidência devido à morte de Tancredo, em
21.04.85, garantindo alguns que mediante um “golpe” orquestrado pelo então
Ministro da Guerra, General Leônidas Pires Gonçalves, episódio não bem
esclarecido até hoje.
Importante
é sublinhar que praticamente toda a esquerda política brasileira da época se
concentrava no MDB, inclusive os mais antigos, da época de Jango, que só mais
tarde puderam optar pelos novos partidos de esquerda que foram criados, inclusive
pelo “poderoso” PT.
Politicamente,
a “Nova República”, o Presidente Sarney, e o seu partido, o MDB, deram um
“golpe” absolutamente “genial”, em 28.02.1986, aprovando um conjunto de medidas
econômicas, através do Decreto-Lei Nº 2.283/86, denominado PLANO CRUZADO, que não
passou de uma escancarara FRAUDE, só conseguindo “disfarçar” por alguns meses a
crise econômica que caminhava a passos largos na época. O povão conseguiu botar
na sua mesa durante esse curto período galinha muito barata. E não fui muito
mais que isso. Mas todas essas “benesses” que ludibriaram o povo logo acabaram
com a abertura das urnas nas eleições de 15.11.86, com a vitória esmagadora da
“Nova República”, e do MDB.
Saliente-se,
todavia, que esse “golpe” do Plano Cruzado foi dado em fevereiro de 1986.
Poucos meses depois (15.11.86), foram realizadas as eleições para GOVERNADORES,
SENADORES e DEPUTADOS FEDERAIS.
Lembrando
que essas eleições foram realizadas à
luz da euforia, da “farsa” e da “fraude”, da “Nova República”, e do Plano
Cruzado, o MDB conseguiu eleger praticamente a totalidade dos governadores (22,
dos 23); 45, dos 72 senadores (62,5 %); e 261, dos 487 Deputados Federais
(53,39%). Está muito na “cara” que isso não foi nenhuma “eleição”, porém uma
manipulação do povo, uma escancarada “fraude.
Mas
os Senadores e Deputados Federais eleitos com base na farsa e na fraude do
Plano Cruzado, ficaram com superpoderes, incluindo o de “constituintes” que
iriam escrever a nova “Carta”, que havia sido prometida por Tancredo Neves, e
que entrou em vigor em 1988.
Mas
como as Duas Casas Legislativas estavam “abarrotadas” de esquerdistas dispostos
à vingança contra o Regime Militar, não é de se estranhar que daí tenha saído
essa “inconsistência”, que eles chamaram de constituição, a principal
responsável, a “bíblia”, que norteou a desgraça do povo brasileiro nos últimos
35 anos.
Mas
infelizmente os que teriam poderes e força para “nocautear” toda essa situação,
parece não quererem enxergar onde está o “furo”, ou são desprovidos da
coragem que seria necessária para fazê-lo, levando os brasileiros conscientes
de toda essa situação ao risco de novamente terem os seus destinos entregues à
”máfia” política que foi desbancada em outubro de 2018, mas que, paradoxalmente, também foi colocada lá por esse mesmo povo, permanecendo no poder de 1985 a
2018.
Sérgio
Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
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