quarta-feira, 13 de maio de 2020

Nova República, Plano Cruzado, fraude, Eleições 86, o "começo de tudo" ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Os governos militares que se instalaram no Brasil após a “intervenção” cívico-militar de 31 de março de 1964, têm grande responsabilidade pelo maldito “status quo” político hoje vivenciado pelo povo brasileiro, onde a desgraça moral, política, econômica e social tomou as rédeas da nação, boicotando e sabotando as perspectivas de mudança advindas com a eleição presidencial de 2018.
Mas a “culpa” do Regime Militar pelo “status quo” vigente não está propriamente no desempenho dos seus sucessivos 5 (cinco) governos, de 1964 a 1985, que inclusive foram excelentes, modernizando e melhorando o país em todas as áreas, num clima de paz, segurança e prosperidade, deixando de “herança” uma enorme infraestrutura de obras públicas, que simplesmente “congelaram”, de lá para cá, após passados “longos” 35 anos, todavia na “besteira” que fizeram, em 1985, de  permitir que se adonassem  do poder político  uma rafuagem de maus elementos da política que estava à espreita do poder, tanto quanto urubus que enxergam carniça, apesar dos alertas tornados públicos do desastre porvindouro, dados pelos então  ex-Presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Essa “rafuagem” política instalada em 1985, que se autodenominou de “Nova República”, infelizmente não fui destruída, perdurando até hoje.
Mas o Regime Militar também não pode ser censurado pelo “desmanche” que fez  do caos político deixado pelo Governo João Goulart, que já estava próximo de implantar o comunismo, mas pode ser censurado pela “herança” que deixou de algo muito pior que “antes”, um “monstrengo”, uma “mutação genética” da esquerda, que acabou se instalando no poder, e que apesar de não ser governo hoje, afastada que foi  pelas eleições de outubro de 2018, governa indiretamente, pelos ataques sem limites que faz a quem deveria governar, e que acabam provocando a quase ingovernabilidade, com a “parceria” e o apoio explícito do Congresso Nacional, do STF, e da grande mídia – representantes dos interesses da “Nova Ordem Mundial”, no plano internacional, e do “establishment/mecanismo”, internamente.
Resumidamente, portanto, o Regime Militar merece aplausos pelos seus governos, e pelo desmantelamento da esquerda da época. Mas não merece nenhum aplauso, devendo ser censurado, por ter sido “frouxo” e “democrático” demais, com os inimigos da verdadeira democracia, a quem entregaram o poder, sabendo exatamente qual era o perfil deles.
“Tudo começou” com a eleição indireta, pelo Congresso Nacional, do novo Presidente da República, que deveria ser Tancredo Neves, mas que no dia anterior à sua posse, adoeceu, tomando posse, no seu lugar, o Vice-Presidente, José Sarney, em 15 de março de 1985, que acabou assumindo definitivamente a presidência devido à morte de Tancredo, em 21.04.85, garantindo alguns que mediante um “golpe” orquestrado pelo então Ministro da Guerra, General Leônidas Pires Gonçalves, episódio não bem esclarecido até hoje.
Importante é sublinhar que praticamente toda a esquerda política brasileira da época se concentrava no MDB, inclusive os mais antigos, da época de Jango, que só mais tarde puderam optar pelos novos partidos de esquerda que foram criados, inclusive pelo “poderoso” PT.
Politicamente, a “Nova República”, o Presidente Sarney, e o seu partido, o MDB, deram um “golpe” absolutamente “genial”, em 28.02.1986, aprovando um conjunto de medidas econômicas, através do Decreto-Lei Nº 2.283/86, denominado PLANO CRUZADO, que não passou de uma escancarara FRAUDE, só conseguindo “disfarçar” por alguns meses a crise econômica que caminhava a passos largos na época. O povão conseguiu botar na sua mesa durante esse curto período galinha muito barata. E não fui muito mais que isso. Mas todas essas “benesses” que ludibriaram o povo logo acabaram com a abertura das urnas nas eleições de 15.11.86, com a vitória esmagadora da “Nova República”, e do MDB.
Saliente-se, todavia, que esse “golpe” do Plano Cruzado foi dado em fevereiro de 1986. Poucos meses depois (15.11.86), foram realizadas as eleições para GOVERNADORES, SENADORES e DEPUTADOS FEDERAIS.
Lembrando que essas eleições foram realizadas à luz da euforia, da “farsa” e da “fraude”, da “Nova República”, e do Plano Cruzado, o MDB conseguiu eleger praticamente a totalidade dos governadores (22, dos 23); 45, dos 72 senadores (62,5 %); e 261, dos 487 Deputados Federais (53,39%). Está muito na “cara” que isso não foi nenhuma “eleição”, porém uma manipulação do povo, uma  escancarada “fraude.
Mas os Senadores e Deputados Federais eleitos com base na farsa e na fraude do Plano Cruzado, ficaram com superpoderes, incluindo o de “constituintes” que iriam escrever a nova “Carta”, que havia sido prometida por Tancredo Neves, e que entrou em vigor em 1988.
Mas como as Duas Casas Legislativas estavam “abarrotadas” de esquerdistas dispostos à vingança contra o Regime Militar, não é de se estranhar que daí tenha saído essa “inconsistência”, que eles chamaram de constituição, a principal responsável, a “bíblia”, que norteou a desgraça do povo brasileiro nos últimos 35 anos.
Mas infelizmente os que teriam poderes e força para “nocautear” toda essa situação, parece não quererem enxergar onde está o “furo”, ou são desprovidos da coragem que seria necessária para fazê-lo, levando os brasileiros conscientes de toda essa situação ao risco de novamente terem os seus destinos entregues à ”máfia” política que foi desbancada em outubro de 2018, mas que, paradoxalmente, também foi colocada lá por esse mesmo povo, permanecendo no poder de 1985 a 2018.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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