segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Petista é uma espécie em extinção ✰ Artigo de Augusto Nunes

Populistas como Lula não deixam herdeiros. 

Líderes populistas não deixam herdeiros. São tão ciumentos do seu patrimônio eleitoral que não transferem tal legado nem mesmo aos filhos, tampouco ao partido formado para agrupar seus devotos. Foi assim com Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Leonel Brizola ou Ademar de Barros. Assim será com Lula, confirmam os resultados do primeiro turno das eleições municipais. O lulismo está condenado a desaparecer com a morte física do chefe supremo.
Em 2012, o PT elegeu 639 prefeitos. Esse número desabou para 254 em 2016 e sofrerá outra queda neste ano. Por enquanto, são 189. A causa da derrocada é conhecida. Lula, de novo, ordenou que a sigla não apoiasse candidatos de legendas esquerdistas com mais chances nas urnas. Essa paixão pela hegemonia resultou no fiasco de Jilmar Tatto em São Paulo e de Benedita da Silva no Rio de Janeiro.
Em seu começo, o PT ao menos esboçava um conjunto de ideias, princípios e programas. Lula foi desde sempre o líder supremo, mas havia um punhado de altos companheiros que ocupavam espaços próprios na cúpula. Depois que o partido virou bando e mandou às favas todos os escrúpulos, sumiram as ideias e as novas gerações não vingaram. Aos 75 anos, Lula é cercado de sessentões sem luz própria, sem altivez e sem futuro. Fernando Haddad, o mais jovem da turma, talvez seja mentalmente o mais velho.
A imprensa garante que o maior derrotado deste 15 de novembro foi Jair Bolsonaro. Pelo visto, jornalistas brasileiros ignoram que presidentes da República não perdem eleições municipais. Quem perde é chefe de partido, como Lula. Tudo somado, o petista é hoje uma espécie em extinção.
Augusto Nunes - Jornalista

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