segunda-feira, 4 de maio de 2020

Imperial College: a fake news das 10 mil mortes por coronavírus

Vão se retratar, gênios matemáticos do Imperial College of London?

Em meados da semana passada foi publicada com destaque na mídia a informação de que as mortes causadas pelo coronavírus no Brasil podiam chegar a “10.000” até o domingo, dia 3 de maio – isso mesmo, 10.000, meta que iria exigir umas 1.500 mortes por dia para ser atingida. Chegou o domingo e o número de mortos, desde o início da epidemia, ficou em 7.025. Não é fácil errar tanto assim. Entre o que foi anunciado para o público e o que realmente aconteceu há uma distância que não tem nenhuma explicação no mundo da lógica. Naturalmente, não houve nenhuma tentativa de dar uma satisfação a quem leu a primeira notícia, ou a admissão de que houve um erro e muitíssimo menos um pedido de desculpas. Fica por isso mesmo, e vamos em frente, até o próximo disparate.
Para quem anda tão preocupado com as fake news como a mídia brasileira a pergunta é: como deveriam ser classificadas notícias deste tipo? Falsas elas são, sem dúvida – não houve 10.000 mortes até o domingo. Só que, aparentemente, há diversos tipos de fake news em circulação no país: as do bem e as do mal. As do bem são aquelas que você publica. As do mal são as que vão contra a média da moral política vigente hoje em dia. Essas, e só essas, precisam ser combatidas – inclusive com algum tipo de censura legal ainda não definida com clareza.
A informação das “10.000 mortes até o domingo” veio desse assustador “Imperial College of London”, a quem se atribui grande competência em matéria de “projeções matemáticas”. É como você publicar uma notícia-bomba porque ouviu de alguém lá no seu prédio. O College é exatamente o mesmo que há poucos dias revelou que o Brasil terá 600.000 mortes causadas pelo vírus até o fim da covid-19.

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