domingo, 13 de junho de 2021

Um dilema: Lula ou Bolsonaro? ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Existe um trecho na música “Homem com H”, composta por Antônio Barros, mais conhecida pela magistral interpretação de Ney Matogrosso, que mais parece ter como pano de fundo a situação atual da política brasileira, à vista das eleições presidenciais que se avizinham para outubro de 2022.
“Lá pelas tantas”, consta na letra dessa música a seguinte “tragédia”: “Se correr o bicho pega/Se ficar o bicho come”.
E resumidamente podemos garantir que reside exatamente nesse trecho da música “Homem com H” a “saia justa” vestida pelos brasileiros que terão que comparecer compulsoriamente às urnas da justiça eleitoral, em outubro de 2022, para escolha do próximo presidente da república, reelegendo, ou não, o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro.
A exacerbada repugnância causada à “mente” política da população mais sadia, honesta, isenta e equilibrada, da sociedade brasileira, em relação aos “fanáticos” e “corruptos” governos de esquerda, onde a roubalheira dos cofres públicos ultrapassou todos os limites, estimada em cerca de 10 trilhões de reais, instalados no país a partir de 1985, após o término Regime Militar, especialmente na “Era PT”, de 2003 a 2014, durante os Governos de Lula da Silva (2 mandatos consecutivos), e Dilma Rousseff (1,5 mandatos), foi certamente a principal motivação política que deu a vitória a Jair Bolsonaro nas eleições de outubro de 2018, o qual, efetivamente, representava não ocasião a maior oposição ao PT, e “alegadamente”, à corrupção que esse partido havia protagonizado, sem que os eleitores se detivessem a avaliar nas “urnas” outros eventuais méritos ou deméritos políticos do candidato vencedor da eleição.
Mas mesmo considerando que havia outras opções de candidatos presidenciais indicados pelos diversos partidos políticos, a verdade é que os eleitores teriam que ficar, como efetivamente ficaram, “presos” a essa nominata de candidatos, “registrada” na Justiça Eleitoral, a exemplo de todas as eleições anteriores. Teriam que escolher, necessariamente, um ou outro; votar em branco, ou anular o voto.
Mas esses candidatos presidenciais teriam sido de fato os mais indicados, os melhores, dentro da sociedade brasileira para governar o país? Será que os vícios históricos acampados na “mente” e na “moral” dos partidos políticos, sem exceção, seriam indicativos suficientes dos melhores representantes para governar a sociedade? Os políticos seriam “causa”, ou “efeito”, dos seus respectivos partidos políticos?
Desse modo, chegar na frente de uma urna no dia da eleição para escolha do candidato não estaria significando quase a mesma coisa que responder à pergunta da Justiça Eleitoral sobre a eventual “preferência” (do eleitor) em “morrer executado na forca, na cadeira elétrica, ou queimado na fogueira (como na inquisição?)”. Não é exatamente isso o que acontece com grande parte do eleitorado? Dos que sentem-se no dever de votar talvez no “menos pior”?
Como se poderia exigir ou esperar o MELHOR das candidaturas a cargos eletivos “contaminadas” com os infindáveis vícios éticos dos partidos políticos, que têm na Justiça Eleitoral a sua mais fiel parceira e cão-de-guarda? É por essa simples razão que a justiça eleitoral mais parece ter sido feita exatamente com a “cara dos políticos” que a fizeram através das leis que aprovaram.
A verdade é que o eleitor se obriga a comparecer às urnas e participar desse “teatrinho” eleitoral montado pelos políticos, e pela Justiça Eleitoral, quase sob “vara”, sofrendo punição ou restrições nos seus direitos caso não cumpra suas “obrigações eleitorais”.
Será que Hitler tinha alguma razão quando escreveu na sua “Mein Kampf” que “a pior escória da sociedade era atraída a fazer política”, em relação à sua pátria de origem, a Áustria? Não teria sido por essa afirmação que o “fuhrer” passou a concentrar o maior repúdio dos políticos de todo o mundo, ao invés de ter sido pelo genocídio contra de 6 milhões de judeus? Por que os políticos só não perdoam Hitler, e “passam por cima” das 100 milhões de pessoas assassinadas pelo comunismo? Será que a pior escória da sociedade atraída a fazer política teria sido “privilégio” da Áustria? Como fica essa situação em relação à classe política do Brasil? Seriam os bons, ou os maus, os “prediletos” da política brasileira? Poder-se-ia, porventura, ”avançar”, na amarga suposição de que também o Brasil tem sido dirigido pela sua pior escória, infiltrada nos Três Poderes Constitucionais, em cargos eletivos, ou não?
Mas o povo, por intermédio da maioria dos seus eleitores, poderia ser “absolvido” da culpa pelos políticos que têm? Não seria o povo tão culpado pelos seus políticos quanto o são os partidos políticos que os abrigam? Ora, se nos valermos do pensador e filósofo francês Joseph-Marie de Maistre, que deixou imortalizada a frase ”o povo tem o governo que merece”, a resposta deve ser no sentido afirmativo.
E a eleição de muitos canalhas, através de uma capenga “democracia representativa”, seria o bastante para absolver também essa (pseudo) democracia, legitimando os mandatos políticos de representantes da pior escória da sociedade brasileira?
Ora, Nelson Rodrigues, por seu turno, não “absolve” esse tipo de “democracia”: (1) “A maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, quem são a maioria da humanidade”, e; (2) “Os idiotas vão tomar conta do mundo. Não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.
Mas para as eleições presidenciais de outubro de 2022 os brasileiros estão efetivamente com a “corda no pescoço”. É claro que entre Lula e Bolsonaro, que atualmente disputam a “ponta” pelas pesquisas eleitorais, o primeiro deve ser totalmente descartado, embora o segundo possa não ser o “ideal” para a presente situação política brasileira.
Mas parece que “só” a esquerda estaria eventualmente cogitando da conveniência de lançar uma candidatura presidencial “terceira via”, dependendo dos resultados certamente “secretos” de pesquisas que teria encomendado sobre a preferência dos eleitores nas eleições de 2022. Se Bolsonaro estiver na frente, na avaliação “deles”, darão um jeito de lançar a tal de candidatura “terceira via”, provavelmente de esquerda, talvez disfarçada de “centro”, ou “centro direita”, encabeçada (mais uma vez) pelo PSDB, de FHC, repetindo-se o teatro político da esquerda que de SDB, e outra verdadeira, o PT. E para quem não sabe, esse “teatro” político de esquerda foi montado nos Estados Unidos, em 1993, no tal “Pacto de Princeton”, assinado por Lula, pelo PT, e FHC, repre 1995 a 2014 governou o Brasil, sempre com “duas esquerdas” disputando as eleições, uma falsa, o P sentando o “Diálogo Interamericano”, que seguiu à risca a diretriz da “Estratégia das Tesouras”, de Hegel e Karl Marx.
Cuidado, portanto, a possível ”Terceira Via” que se aproxima nas candidaturas presidenciais não passaria de um novo golpe da esquerda, como antes já aconteceu, mesmo que essa escolha recaísse “disfarçada” em Sérgio Moro, ou outro qualquer, sem “cara” esquerdista aparente.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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