Assisti atento e com caneta nas mãos o pronunciamento de despedida do senhor Sérgio Moro. Sua meticulosa compostura diante dos jornalistas, o falar pausado e o tradicional pedido de silêncio que sempre lhe é característico.
Seu pronunciamento não foge ao tradicional. Fala do que fez, justifica o motivo de suas decisões e comenta o que pretende no futuro. Porém, o conteúdo de seu pronunciamento, e sendo o Sérgio Moro falando, confirma-se que o sr. Moro estava usando a tática de “terra arrasada” contra o Presidente Bolsonaro.
A excentricidade falou.
As construções “eu entendi”, “eu poderia” e “eu senti” revelaram aquilo que todos sabemos, o seu lado excêntrico. Excentricidade que fez Sérgio Moro, ainda juiz, recusar a cumprimentar educadamente no saguão do aeroporto o então deputado Jair Bolsonaro. Excentricidade silenciosa que em seus pronunciamentos, já no governo Bolsonaro, evitava a todo o custo falar a palavra “Bolsonaro”.
Hoje, no entanto, aquele lado medíocre e vingativo dos excêntricos se manifestou novamente. Agora não mais para constranger o deputado Jair num saguão qualquer do aeroporto, mas para disparar um tiro de canhão contra o peito de um país abalado pelas ações autoritárias de governadores e prefeitos nessa loucura do vírus chinês.
Um herói de capa curta
A tática “terra arrasada” consiste em queimar tudo aquilo que o inimigo possa usar no campo de batalha. Os soviéticos usaram esta tática contra os alemães destruindo pontes, queimando plantações e aterrando poços de água. O inimigo morre de sede e por inanição, morre de definhamento em meio as doenças e não por sua espada. É uma tática, verdade, mas não é honrosa é medíocre e covarde.
Sérgio Moro fez exatamente isso quando tenta queimar as pontes que o presidente construiu com muito sacrifício com o povo; Moro tentou aterrar os poços de confiança que o Presidente Bolsonaro preza junto as suas lives na luta contra a extrema-imprensa; sem dúvida a terra arrasada de Sérgio Moro nos custará muito, mas muito caro mesmo. Moro achou por bem destruir toda a reputação do Presidente por causa de uma simples exoneração.
Sérgio Moro continua sendo um herói num país corrupto, mas um herói de capa curta. Deixou-se levar pelo orgulho e impaciência com um homem que levou 57 milhões de votos. A decepção com Sérgio Moro não está com o que ele fez ou não fez, mas como ele fez. A tática terra arrasada, de fato, é a mais covarde de todas as táticas de guerra.
Daniel Souza Júnior - Colunista dos temas do globalismo e progresso tecnológico. Pesquisador da Ciência da Administração, aluno da UDESC
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