segunda-feira, 27 de abril de 2020

Ciro "sardinha" Gomes atropelado pelo vírus ✰ Artigo de Augusto Nunes

O monarca de Sobral descobriu que bravatas e bazófias não intimidam microrganismos

Ciro Gomes ficou irritado ao saber que um vírus nascido e criado na China andara fazendo estragos no país natal e passara a agir nos países vizinhos. A taxa de indignação subiu quando o insolente microrganismo invadiu a Europa. E a curta paciência do chefe do clã dos Gomes acabou de vez com o desembarque do inimigo no Brasil.
Primeiro, o eterno candidato derrotado à Presidência culpou Jair Bolsonaro pela existência da pandemia. Depois, apareceu num vídeo tentando — inutilmente — derramar lágrimas de esguicho em homenagem aos brasileiros amontoados em barracos, sem chances de sobrevivência no duelo desigual com a covid-19. Quando a quarentena virou moda, Ciro juntou-se aos irmãos para defender o Ceará em geral e Sobral em particular dos inimigos externos e internos.
Em comunicados sucessivos, Ciro proibiu a pandemia de cruzar as divisas do Estado, reiterou que nenhum vivente seria poupado do isolamento radical e avisou que daria voz de prisão a quem se atrevesse a contestá-lo: "Aqui não vai ter nem missa nem culto religioso", exemplificou. "Quem tentar fazer a gente prende". Depois de ordenar ao prefeito Roberto Cláudio que comandasse a guerra em Fortaleza, entrincheirou-se em Sobral para mostrar ao atrevido forasteiro quem dá as cartas no berço da família Gomes.
Se a hidroxicloroquina é uma interrogação, ficou evidente que bazófias e bravatas não amedrontam o vírus chinês. No balanço de 21 de abril, o Ceará apareceu no alto do ranking dos mais castigados pela pandemia. No momento, o Ceará supera São Paulo em número de infectados por 100 mil habitantes. Para piorar, Sobral superou a marca do Estado com um índice de infectados por 100 mil habitantes que equivale ao dobro da média nacional.
Ciro Gomes vinha repetindo a cada campanha presidencial que transformou o Ceará numa Suécia com praia e verdes mares. Depois do fiasco na batalha contra o coronavírus, terá de remodelar a conversa fiada para reduzir o tamanho da próxima derrota.
Augusto Nunes - Jornalista

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