sábado, 23 de maio de 2020

Está com vergonha dos palavrões? Então toma vergonha na sua cara! ✰ Artigo de Thiago Rachid

Há quase cinquenta anos a economia brasileira figura entre as dez mais ricas do mundo. Entretanto, a ascensão de nossa economia e a urbanização da nossa população não significaram evolução do ponto de vista sanitário. Metade dos brasileiros vive ainda hoje sem coleta de esgoto. Essa é uma das nossas maiores vergonhas.
Além dessa, há uma outra vergonha gigantesca: somos o país em que mais morrem seres humanos assassinados. A maioria dos assassinatos e dos brasileiros sem esgoto é de negros e pobres.
Em 130 anos, a república brasileira constitui-se de instituições muito zelosas com a liturgia e seus protocolos e indiferente às amarras que nos atrasam e fazem da nação brasileira refém da própria miséria.
Se você se envergonha com os palavrões do único chefe de governo da nossa história republicana que buscou desburocratizar a economia para favorecer os mais humildes, que acabou com privilégios previdenciários dos burocratas estatais, que está criando um marco regulatório para o saneamento básico, que tentou endurecer a lei penal através do pacote anticrime, boicotado pelo Congresso Nacional, mas que mesmo assim está batendo recordes na apreensão de armas e drogas, bem como diminuiu o número de mortes por assassinato em 2019, dentre tantas outras medidas que favorecem sobretudo os mais humildes, então quem precisa tomar vergonha é você.
Tivemos trinta e sete presidentes da república que não falavam palavrões em reuniões ministeriais. E o Brasil que eles nos legaram nos faz passar muitas vergonhas.
O que passa pela cabeça de quem sente vergonha do que vão pensar os estrangeiros sobre os palavrões dos nosso chefe de governo enquanto se é indiferente ao sofrimento de metade dos brasileiros que vivem sem a mais básica das necessidades?
Este é um sintoma da mediocridade da nossa elite e até mesmo de grande parte de nossa classe média muito puritana com relação a palavrões, mas que desvia dos miseráveis nas calçadas, indiferentes à fome e ao sofrimento dos seus compatriotas.
Em meio aos 29 palavrões ditos pelo Presidente Bolsonaro em reunião fechada com sua equipe estava a defesa do interesse público e dos valores que a maioria da nação brasileira mais preza. E ditas de forma espontânea, pois a reunião não teria sido divulgada não fossem as acusações infundadas do ex-ministro Sergio Moro.
Portanto, meus caros concidadãos puritanos, ponham a mão na consciência e tomem vergonha nessa cara. Aprendam a ter um mínimo de senso das proporções e parem de atrapalhar o Brasil.

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