Sendo o Brasil um país majoritariamente cristão, cabe neste momento algumas elucubrações sobre algumas decisões de Jesus Cristo consideradas por muitos completamente erradas. Não estou me referindo a qualquer aspecto teológico, para não criar polêmica entre crentes, agnósticos ou ateus, e sim, simplesmente, lendo o que está escrito nos Evangelhos.
Jesus Cristo escolheu a dedo doze pessoas para serem seus apóstolos por meio dos quais, sob a liderança de Pedro, programou o estabelecimento de sua igreja.
Entre os doze escolhidos, estava a figurinha carimbada Judas Iscariotes, o famigerado traidor e símbolo eterno do suprassumo da traição.
Judas beijou Jesus no Horto das Oliveiras entregando-o aos soldados que o levaram para julgamento, condenação, tortura e crucificação. Vai escolher mal assim um assessor lá nos quintos do inferno.
Acontece que o principal fundamento da fé cristã é a ressureição de Cristo, ou como disse o tardio apóstolo Paulo de Tarso, cujo nome original era Saulo, igual ao do Saulo Ramos, lembram, “se Ele não ressuscitou é vã a nossa fé”.
Se não houvesse a ressurreição (estou apenas fazendo uma leitura dos livros do novo testamento sem qualquer juízo de valor), não existiria a Igreja Católica e nem as miríades de filhotinhas geradas pelos inúmeros cismas pelos quais passou esta entidade, e, como para ressuscitar é preciso anteriormente ter morrido, podemos, simplesmente por uma dedução lógica, concluir que sem Judas Iscariotes que o entregou para ser morto, não existiria o cristianismo.
Agora a pergunta crucial: Jesus errou quando escolheu o traidor Judas ou a escolha foi proposital em função de um objetivo maior?
Não consigo imaginar algum crente dizendo: Jesus me traiu ao escolher Judas e, portanto, deixo de segui-lo e apoiá-lo. Não conte mais comigo, Jesus.
Sem qualquer termo de comparação apegando-me apenas à similaridade dos fatos em si, por uma escolha que não agradou a grande parte de seus seguidores, Bolsonaro está sendo execrado como traidor.
O que sabemos sobre o futuro e sobre as verdadeiras razões pelas quais alguém como Bolsonaro escolhe Kassio Nunes para ministro do STF?
Me parece que muitos dos decepcionados seguidores do capitão teriam criticado Cristo e, feito todo o possível para impedir que Judas consumasse seu nefasto ato de traição. E, teriam abortado o cristianismo antes mesmo de sua concepção.
Como não tenho bola de cristal para vislumbrar todas as consequências da escolha de Kassio Nunes, posso vir a sofrer uma grande decepção ou constatar que a decisão foi a melhor para o momento. Já passei diversas vezes por isso, sendo a mais significativa, a escolha de Sérgio Moro, aplaudida por todos e hoje execrada por muitos.
Por hora, aplico a mim mesmo e a todos aqueles aos quais a carapuça possa ter servido, o dito do grande filósofo brasileiro Compadre Washington:
“Sabe de nada, inocente”
Fábio Freitas Jacques - Engenheiro e consultor empresarial, Diretor da FJacques
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