É em assuntos internacionais que os devotos de Lula escancaram a alma escura.
Dezoito países do continente americano, entre os quais o Brasil, contestaram num comunicado conjunto a legitimidade das recentes eleições parlamentares na Venezuela. “A votação foi ilegal por ter sido realizada sem as garantias mínimas de um processo democrático e sem a participação de todas as forças políticas“, diz um trecho do documento. Os signatários também pedem que a Venezuela busque “uma solução pacífica e constitucional que leve o país a eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e críveis”.
O PT vê a farsa pelo avesso. Uma nota oficial assinada pela presidente Gleisi Hoffman informa que o partido que virou bando enxergou no simulacro de disputa eleitoral “uma grande manifestação da vontade popular no processo de transformação política social e econômica da Venezuela nas últimas décadas“. Segundo os devotos de Lula, o responsável pelos problemas que atormentam o paraíso bolivariano que Hugo Chávez pariu é o Grande Satã ianque.
Para tapear o eleitorado brasileiro, o PT enfeita qualquer palavrório sobre temas domésticos com juras de amor à democracia. É em assuntos internacionais que a tribo escancara a alma escura. O partido atravessou o ano, por exemplo, denunciando a iminente proclamação da ditadura fascista pelo genocida Jair Bolsonaro. O que aconteceu foi uma eleição exemplarmente democrática. Enquanto isso, continuou a contemplar com olhos de cúmplice o avanço dos liberticidas na Venezuela. E não viu nada de mais na farsa que varreu do Congresso os últimos vestígios da oposição.
Se não tivesse sido sepultada pelo despejo de Dilma Rousseff, a política externa da canalhice garantiria o apoio do governo brasileiro ao ditador amigo Nicolas Maduro, ao lado de Cuba, da China e da Rússia. Os democratas de galinheiro sempre sonharam com a transformação do Brasil numa Venezuela tamanho família.
Augusto Nunes - Jornalista
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