Quem observar de perto o lamentável processo da decadência que abalou nos últimos anos os alicerces políticos, econômicos e sociais da Grécia, deveria também saber que essa sua trajetória tão “baixa” na marchada civilização, nem sempre foi assim. Nos seus áureos tempos, os helênicos forneceram ao mundo alguns dos seus maiores pensadores, principalmente filósofos, que tiveram decisiva influência nas boas conquistas da humanidade.
De fato, o Século V a.C, em particular, se constitui no período mais brilhante da civilização helênica. As guerras vitoriosas contra os persas, as riquezas e terras conquistadas, o intenso comércio, e o desenvolvimento das artes e das ciências, fizeram a Grécia atingir a plenitude da sua civilização.
Mas esse apogeu material e econômico provocou, especialmente em virtude de uma riqueza mal distribuída, a corrupção dos costumes, da política, da “Justiça”, das tradições religiosas e morais, bem como o surgimentos de muitos “oportunistas”, tipos daqueles “caras” que, em grande quantidade, a partir de 1985, no Brasil, se adonaram dos cargos políticos eletivos, governamentais e legislativos e também judiciários nos tribunais, estes nomeados pelos respectivos governantes, tudo “carimbados” pelo Poder Legislativo..
O péssimo ambiente social, político e econômico, reinante na Grécia dessa época foi a principal causa do surgimento dos SOFISTAS, cuja postura cética e relativista conquistou as inteligências mais frágeis, diante do descrédito que as escolas de filosofia pré-socráticas haviam contaminado a filosofia.
Os sofistas, antigos professores de música, passaram a “ensinar” filosofia para o povo. Eram homens venais, sem escrúpulos e convicções, sedentos de riquezas, poder e glória, ”trabalhando” justamente numa época de crise do pensamento grego. Ensinavam a juventude ateniense, atraída pelos encantos da eloquência, a arte de defender os “prós” e os “contras” de todas as questões, o segredo de tirar partido de qualquer situação. Serviam-se das armas da razão para destruir a própria razão, e sobre as ruinas da verdade, erigir o próprio interesse em norma suprema de ação. Os maiores expoentes sofistas foram Protágoras (481 a.C - 411 a.C), que deixou imortalizada a frase, “o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, e das coisas que não são, enquanto não são” (até parece frase de Dilma), e Górgias, o “niilista”, que escreveu ”Do não ser”.
Essas estratégias e táticas sofistas, especialmente do uso abusivo da “dialética”, foram desenvolvias bem mais tarde com maestria por Hegel e Karl Marx, no que chamaram de “estratégia das tesouras”, pela qual a esquerda passaria a mandar no mundo onde houvesse alguma “democracia” e “eleições”, sempre indicando dois candidatos fortes de esquerda, um “explícito”, ”radical”, outro “disfarçado”, ”moderado”, polarizando entre eles a eleição.
E a esquerda brasileira não perdeu tempo. Adotou à plenitude a “estratégia das tesouras” no chamado “Pacto de Princeton”, assinado por Lula, representando o então “Foro San Pablo”, e FHC, pelo “Diálogo Interamericano”, nos Estados Unidos, em 1993. A partir daí, FHC e Lula foram eleitos e se alternaram no poder durante alguns anos. Não há como questionar, portanto, o “parentesco” próximo entre a escola sofista e o socialismo/comunismo.
Mas o vírus sofista não se limitou a contaminar a juventude da Grécia Antiga, e o socialismo/comunismo, a partir do “Manifesto Comunista”” (1848), de Karl Marx. Foi bem mais longe. Influenciou forte também o “nacional-socialismo”, o NAZISMO, de Adolf Hitler, a partir da sua “Mein Kampf” (Minha Luta), de 1925, escrito na sua juventude enquanto estava preso, cuja “dialética” se resumia em repetir uma mentira tantas vezes quantas necessárias, até ser aceita como verdade, estratégia desenvolvida com maestria pelo Ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels.
Sócrates (469 a.C - 399 a.C) veio ao mundo com a principal missão de combater e destronar os sofistas, buscando livrar a juventude ateniense dessa perniciosa influência. Notabilizou-se pela firmeza de caráter, nobreza de coração e grande inteligência. Combateu e pulverizou a “dialética” (“estratégia das tesouras”, desenhada por Hegel e Marx, e usada por FHC /Lula, no tal “Pacto de Princeton”), vazia, superficial e interesseira dos sofistas, impugnando os deuses humanizados da mitologia homérica.
Devido ao “aparelhamento” sofista do Estado e das leis gregas, onde o mais grave dos crimes era falar a verdade, mais que matar, estuprar e roubar, Sócrates foi acusado pelos seus inimigos sofistas de corromper a mocidade, pelas verdades que ensinava, e por isso condenado à morte e executado bebendo o veneno “cicuta”. ”Conhece-te a ti mesmo”, para o Filósofo, seria a introdução a todo o conhecimento. Frente a um adversário, fazia-lhe uma série de perguntas até forçá-lo a cair em contradição e reconhecer a sua ignorância.
Foi grande a influência filosófica e pedagógica de Sócrates. Seus discípulos prosseguiram e aperfeiçoaram a sua obra, dentre os quais Antístenes, Aristipo, Euclides, Platão e Xenofonte.
É claro que não vai ser preciso falar ou escrever sobre todas as “coisas” absurdas que se passam no Brasil de hoje para fazer-se uma analogia de quase absoluta “identidade” com o que acontecia “ontem” na Grécia sofista.
A total inversão dos valores preconizada pelos “canalhas” sofistas da Grécia Antiga repete-se com extrema fidelidade na arena política e judicial brasileira de hoje. Tanto quanto na Grécia sofista, no Brasil as últimas instâncias dos Poderes Legislativo e Judiciário federais, ”contaminando” de cima para baixo todos os demais poderes públicos hierarquicamente inferiores, estão sob direção deles, dos novos sofistas, dos sofistas/comunistas brasileiros, que provocaram uma espécie de “renascimento” nocivo da Escola Sofista da Antiga Grécia.
Tanto quanto os canalhas da Grécia sofista perseguiram e mataram Sócrates, por ele não abdicar da verdade, aqui e agora os novos sofistas/esquerdistas “tupiniquins”, responsáveis diretos pelo “renascimento” sofista, ”travestido” de socialismo/comunismo, absurdamente passaram a perseguir sem qualquer limite alguns juízes de direito e desembargadores federais ,promotores de justiça e procuradores ,diretamente envolvidos na chamada “Operação Lava Jato”, que se dedicaram de corpo e alma a acabar com uma corrupção sistêmica que teria desviado dos cofres públicos a quantia estimada em 10 trilhões de reais, enquanto o Brasil foi comandado pela esquerda, especialmente depois de FHC, de 1995 em diante, e mais ostensivamente durante a “Era PT”, de 2003 a 2016. E está sendo justamente esse “aparelhamento” que a esquerda deixou no Brasil ,inclusive nos tribunais, ”capitaneado”, em última instância, pelo próprio Supremo Tribunal Federal, com maioria nomeada pela esquerda, transformado agora em “capitão-do-mato” da “vingança” da esquerda contra as condenações de muitos dos seus componentes, o grande responsável por essa surpreendente “virada”, que está surpreendendo e deixando o mundo perplexo, com total cobertura e apoio de uma grande mídia “venal”, comprada com parte dos 10 trilhões de reais roubados.
Termino o meu artigo recomendando a indispensável irretocável leitura do texto hoje publicado “STF funciona como um escritório de advocacia para ladrões milionários”, de autoria do jornalista J. R. Guzzo.
Aí dá para se compreender como pode um famoso advogado, “soltador” de corruptos, junto ao Supremo, adentrar nesse tribunal e nos gabinetes dos seus Ministros, vestido a “rigor”, de “bermudas”, deixando-se fotografar, com muito orgulho na expressão facial, num verdadeiro acinte contra a Justiça brasileira (verdadeira).
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
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