Após reportagem investigativa da Folha de S.Paulo, denunciando que a vacina do Instituto Butantan, a ButanVac, não seria 100% brasileira, pois, a patente do imunizante está em nome de dois pesquisadores do Icahn School of Medicine, no Hospital Mount Sinai (NY); o governador João Doria (PSDB) admitiu, nesta segunda-feira (29), que não tinha conhecimento sobre o uso de tecnologia dos Estados Unidos no desenvolvimento da ButanVac.
"Não tinha a informação", limitou-se a dizer Doria, durante coletiva de imprensa realizada na sede do Instituto Butantan.
E, extremamente 'cara de pau', disse o seguinte:
"Mas entendo que a Butanvac é uma vacina nacional, brasileira. O importante é termos uma vacina nacional. Se ela tem parte dela tecnologia internacional, isso é uma boa contribuição, isso é positivo. Mas é uma vacina nacional, uma segunda vacina que será disponibilizada para os brasileiros", despistou.
Em email encaminhado a agência Reuters, o hospital afirma:
"A tecnologia foi originalmente desenvolvida pelo doutor Peter Palese, chefe de Microbiologia do Mount Sinai".
O Instituto Butantan se manifestou a respeito da polêmica e disse:
"O uso dessa tecnologia é livre do pagamento de royalties (royalty free) e pode ser feito por qualquer instituição de pesquisa em qualquer parte do mundo. Isso foi adotado para essa tecnologia com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus", afirmou.
Por outro lado, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou, em coletiva de imprensa, que três vacinas criadas no Brasil entrarão na fase de testes clínicos nos próximos dias.
Ao lado do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Pontes defendeu que a criação de vacinas nacionais é uma questão de soberania e organização para outras pandemias futuras.
"A gente vai ter outras pandemias, infelizmente, então vamos ter a tecnologia para criar vacinas. E é uma questão de soberania, nós vimos a dificuldade que é importar vacinas durante essa pandemia", esclareceu.
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