Dois funcionários de alto escalão da inteligência dos Estados Unidos admitiram sua preocupação com o avanço militar da China, que representa um “grande desafio” para Washington e seus aliados, e também pode colocar esses países “em risco”.
O diretor da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA), Scott Berrier, e o diretor-geral da Agência de Segurança Nacional (NSA), Paul Nakasone, fizeram essas reflexões durante uma audiência do Subcomitê de Inteligência das Forças Armadas da Câmara dos Representantes.
– "A China continua sendo um competidor estratégico de longo prazo dos EUA, como uma ameaça que representa um grande desafio de segurança: Pequim usa várias abordagens, incluindo espionagem diplomática, econômica e militar para atingir seus objetivos estratégicos" – argumentou Berrier.
Além disso, o chefe do DIA destacou que a China “continua sua modernização militar durante as últimas décadas para construir uma força incrivelmente letal” que poderia colocar os EUA e seus aliados “em risco”.
Berrier fez essas afirmações depois que o secretário do Departamento de Defesa, Lloyd Austin, ordenou na quarta-feira (9) ao Pentágono que coloque a China e seu fortalecimento militar no centro da política de defesa dos EUA, embora a estratégia a seguir seja confidencial.
Por sua vez, Nakasone disse que se opor aos esforços do governo chinês contra os EUA é uma “prioridade” para a NSA, responsável pelo monitoramento global, pela coleta e pelo processamento de informações e dados para fins de inteligência e contraespionagem nacionais e estrangeiras.
TELEFONE VERMELHO
Tamanha é a preocupação atual do governo americano com os movimentos da China que Austin sugeriu o estabelecimento de “uma linha de comunicação direta”, no estilo do “telefone vermelho” que conectou a União Soviética e os EUA durante a Guerra Fria e que segue em funcionamento ainda hoje.
Durante uma audiência da Comissão das Forças Armadas do Senado americano, Austin assegurou que é “essencial haver uma linha direta de comunicação entre militares e membros do governo” dos EUA e da China.
A diretriz do Pentágono e os comentários de funcionários de alto escalão da inteligência dos EUA são divulgados no momento em que tanto o governo do presidente Joe Biden como membros de ambos partidos do Congresso intensificam suas iniciativas para segurar as ambições internacionais da China.
De fato, a expectativa é que a China esteja muito presente na viagem de Biden pela Europa, onde o presidente americano quer obter um endosso mais claro de seus aliados para sua principal prioridade internacional: a intensa competição entre Washington e Pequim.
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