quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O "Lata Velha" da Globo tem a cara bem ao gosto da oclocracia ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Depois que “elegeram” o rinoceronte “cacareco”, com impressionantes 100 mil votos, nas eleições municipais de São Paulo, em 1959, e o verdadeiro “museu” de esquisitices que tomou assento nos  governos e nos parlamentos, em todos os níveis da federação, não pode mais surpreender os esforços descomunais que a Rede Globo e seus comparsas estão fazendo, disfarçadamente, para  candidatar  e eleger o próximo Presidente da República, na pessoa do seu preposto e apresentador, Luciano Huck, que certamente, melhor que ninguém, administraria os interesses desses grupos, cedendo ao já  tradicional “toma lá-dá-cá” político entre os Três Poderes, que inclusive tem resistido com relativo sucesso às restrições opostas a esse “troca-troca” pelo Presidente Bolsonaro.
Com Huck, tudo “ficaria em casa”, numa confraternização delirante da grande mídia com os bancos, com a esquerda, com o centrão, com a corrupção, com o assistencialismo exacerbado, etc. Como diriam os colonos alemães da minha terra, ficaria ”tutu-chuntu-incluído”.
A experiência histórica na política brasileira demonstra com clareza solar que a eleição de Huck teria grande probabilidade de acontecer, bastando recordar que essas mesmas forças “políticas” que apoiam essa possível candidatura já tiveram sucesso em outras ocasiões, como na eleição de Collor de Mello, que sem dúvida  alguma venceu a eleição presidencial de 1989, levado nas “costas” pela Globo, mesmo que após algum tempo ter “traído” a sua “patrocinadora”, sendo por isso “demitido” por ela, tudo “homologado” pelo Congresso Nacional, ao que chamaram de “impeachment”, em 1992.  Resumidamente: a Globo colocou e tirou Collor da Presidência da República.
Mas a força da Globo não se restringiu a Collor. Antes ela já havia “dado” força à “instalação” (1964), sustentação, e “desinstalação” (1985) do Regime Militar, à famigerada “Nova República”, protagonista do engodo do Plano Cruzado do Sarney (o ”começo de tudo”), à enganosa época dos governos “fabianos” de FHC (8 anos), e mesmo à ascensão do PT, que ficou 14 anos ininterruptos na presidência da república (de 2003 a 2016). Essa “caminhada” vitoriosa da Globo só foi interrompida por motivos ainda não bem explicados com a eleição de Bolsonaro, em 2018. Por isso o desejo da Globo de “retornar” chega às raias do “obsessivo”.
E com Luciano Huck, essa “vitória” se repetiria? “This is a question”!!!
Por um lado, a democracia “ideal”, concebida por uma minoria, que tem a capacidade de pensar política e democracia com mais exatidão, não corresponde exatamente àquela democracia que vai às urnas, e elege os seus representantes, onde a “cabeça” das massas sempre é dirigida por forças que corrompem a verdadeira democracia, dentre as quais a ignorância, a lavagem cerebral da mídia, a reduzida  consciência política, a ingenuidade, a má fé, o interesse exclusivamente “próprio”, e diversos outros objetivos mesquinhos, alheios ao bem coletivo.
E quando essa descaracterização da democracia acontece, o que surge é a OCLOCRACIA, concebida pelo geógrafo e historiador POLÍBIO, da Antiga Grécia, que trocando em miúdos significaria a corrupção, a degeneração, o desvio de finalidade, mesmo a “inversão” de valores da verdadeira democracia, praticada pela massa ignara e ingênua, em proveito do regime da patifaria que se adona da política, para onde é atraída a pior escória da sociedade.
Mas antes é preciso que se sublinhe a errônea concepção que se tornou moda fazer hoje sobre a descaracterização da democracia, ao que chamam de “cleptocracia”, cujo significado seria somente o “regime político dos ladrões”, mas que deveria estar incluída, fazer parte, da “oclocracia”, bem mais abrangente que “cleptocracia”, por incluir, além da “ladroagem” política, todos os outros vícios próprios à verdadeira democracia.
Além do mais, a “cleptocracia” atingiria tão somente os políticos eleitos, ”absolvendo” totalmente os seus eleitores, que estariam “lavando as mãos” pelas “besteiras” que fizeram nas eleições, o que não é correto, nem justo. Na “oclocracia”, os culpados pelos vícios da democracia são não só os candidatos, mas também os seus eleitores. Não foi exatamente isso que escreveu o filósofo francês Joseph de Maistre, garantindo que “CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE”?
O alto risco da eleição presidencial de um novo “cacareco”, no caso, do “Lava Velha” da Globo, viria da deturpada concepção “oclocrática” da maioria do eleitorado de achar que esse “Presidente” poderia fazer o “milagre” de atender a todos os desejos do povo brasileiro, ”gratuitamente”, sem qualquer esforço, da mesma maneira que ele faz no seu programa de televisão, em que transforma, gratuitamente, para um qualquer dos seus “eleitores”, um carro “lata-velha” em carro “Zero Km”.
Ademais, Huck poderia entrar de forma fulminante na política, não teria “ficha suja”, e nada que manchasse a sua candidatura, o que nem poderia, pela simples razão de nunca ter exercido qualquer mandato eletivo, nem de vereador de “Cacimbinhas”, o que seria grande vantagem em relação aos demais competidores.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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