terça-feira, 7 de abril de 2020

Por que os médicos se recusam a admitir que tomaram hidroxicloroquina? ✰ Artigo de Rodrigo Constantino

 
Porque será que ele não quis assumir que tomou a hidroxicloroquina

Politizaram a química! Politizaram tudo! Nada mais escapa à polarização tribal da política, nem mesmo a ciência. Por falar em ciência, o que mais vemos por aí é ignorante leigo monopolizando quem fala em nome da ciência, gente que até ontem nunca tinha ouvido falar em hidroxicloroquina, e hoje se sente preparado para condenar seu uso.
Ciência não é cientificismo. Ciência não é plebiscito entre especialistas ou povo, não é consensual, não é selecionar a dedo aqueles com quem já concordamos e jogar os demais para escanteio, os "hereges" ou "negacionistas". Isso é papo de religião, não de ciência, que se caracteriza por seu método científico (leiam Karl Popper).
Aliás, parêntese: ateus precisam encontrar religião em outro lugar. Alguns encontram na política (socialismo), outros no meio ambiente (ecoterroristas), e outros num vírus (alarmistas do corona). Alguns em todas as três! Os que falam em "negacionistas" nem percebem que se tornaram zelotas fanáticos que confundem ciência com religião. Fecho o parêntese.
Como Jair Bolsonaro e Donald Trump, os dois líderes políticos mais odiados pela esquerda no mundo, resolveram apostar suas fichas e esperança na hidroxicloroquina, eis que muitos passaram a torcer contra o medicamento, que é genérico e utilizado há décadas, com baixo risco. Aceitam relaxar todos os protocolos, abandonar austeridade e usar governo para gastar, ceder liberdades e permitir estado policialesco, mas não aceitam abrir mão do "rigor científico" na hora de aplicar o remédio?
Tem algo muito estranho acontecendo. Não se pode mais sequer questionar o isolamento, pois isso é pecado, é coisa de obscurantista. E quando questionamos os médicos se eles, contaminados, tomaram ou não a "santa" cloroquina, eis que eles fogem da pergunta!
Foi o que fez o Dr. David Uip em entrevista ao Datena.
E também o Dr. Roberto Kalil Filho em entrevista a nós no Jornal da Manhã, pergunta minha;
Ele se mostrou otimista, e não me respondeu diretamente se tomou ou não a hidroxicloroquina, o que considero um "sim" para efeitos práticos. Mas por que tanto mistério sobre o medicamento?
Se tem ligação com o apoio de Bolsonaro e Trump ao remédio, então a patologia é grave mesmo! Deixaram o ódio aos presidentes falar mais alto do que o amor pelo próximo? Sendo assim, Bolsonaro bem que poderia adotar a estratégia sugerida por Guzzo, passar a condenar o isolamento e também a hidroxicloroquina:
Se Bolsonaro tivesse saído por aí dizendo que o Brasil tinha de se submeter a um confinamento radical – todo mundo trancado em casa, fecha tudo, para tudo, mata, prende e arrebenta - não haveria mais, já há muito tempo, confinamento nenhum neste país.
Politizaram tudo. Uma pena mesmo...
Rodrigo Constantino - Economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.

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