domingo, 19 de setembro de 2021

A praga da censura judiciária se espalha ✰ Artigo de Percival Puggina

Em decisão liminar, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proibiu o governo federal de "praticar qualquer ato institucional atentatório a dignidade do professor Paulo Freire", considerado Patrono da Educação Brasileira e que, se estivesse vivo, completaria 100 anos neste domingo (19). A liminar — ou seja, proferida de forma provisória e em caráter de urgência — foi deferida pela juíza Geraldine Vital, atendendo pedido do MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos).
Ainda cabe recurso por parte da AGU (Advocacia-Geral da União).
Comento
Paulo Freire causa grande mal à educação brasileira. As pessoas falam no “método Paulo Freire” como se fosse um vade mecum para tesouros pedagógicos. O único método freireano foi o que ele aplicouem 1963 para uma experiência em alfabetização de adultos, na pequena comunidade de Angicos (RN). Que se saiba, só é utilizado na Alemanha para introdução de imigrantes ao idioma.
O mal freireano está no conjunto de sua obra escrita, marcada por uma perspectiva marxista, com a visão de que educar é ato político que deve levar à transformação social. Por consequência, gera uma pedagogia militante, ideológica, que vem contaminando a educação brasileira de modo deletério, agravando aquilo que pretende corrigir – as desigualdades sociais. Toda exaltação internacional à sua obra é apenas reflexo da tradicional promoção que reciprocamente se prestam os intelectuais comunistas mundo afora.
E a decisão da magistrada federal proibindo o governo federal de "praticar qualquer ato institucional atentatório a dignidade do professor Paulo Freire"? O que seria isso? Será que esta minha opinião, hoje tão comum, corresponde a um ato que estaria interdito ao governo federal? Perguntem à doutora.
Depois que o STF assumiu o controle das opiniões e estatizou a verdade, não é de surpreender que eventos semelhantes comecem a pipocar pelo país, reduzindo a dignidade do poder pelo seu mau exercício. Quando conservadores e liberais reaparecem na cena política, os censores da esquerda afiam sua tesouras.
Percival Puggina - Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor

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