Será que fazer uma coisa torna impossível fazer a outra? Quem sugere que se pense nessas linhas não é um inimigo público
O que poderia haver de tão monstruoso em dizer que é possível, sim, pensar ao mesmo tempo no combate ao coronavírus e na defesa da economia? Será que fazer uma coisa torna impossível fazer a outra? O que há de errado em propor que além de preservar vidas, é indispensável, também, preservar empregos, produção e trabalho?
Na verdade, não deveria ser a obrigação número um dos governos, acima de todas as outras, ter como prioridade máxima a procura de meios práticos para proteger a saúde pública sem, por isso, levar o país a ruína?
Quem sugere que se pense nessas linhas não é um inimigo público. Não é um materialista insano que coloca o interesse econômico acima da salvação de vidas. Não existe, no fim de todas as contas, a escolha: ou a economia ou a saúde. Como uma sociedade pode sobreviver sem produção? É uma impossibilidade material.
Colocar as coisas nestes termos pode ser uma posição honesta, sincera e bem intencionada. Pode ser, também, fruto da ignorância. Pode ser , enfim, desonestidade em estado integral. É o caso, em grande parte, do atual debate sobre o tema no Brasil.
J. R. Guzzo - Jornalista
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