terça-feira, 24 de março de 2020

Não se combate epidemia com estádios faraônicos ✰ Artigo de Werner Pfluck

Mas “não se faz Copa com hospitais”, não é mesmo, Lula? 

O dinheiro desperdiçado no Itaquerão, o estádio do 'Curíntia' do Lula, seria suficiente para a construção de 8 hospitais públicos.
O Mané Garrincha, em Brasília - que custou mais de 4 vezes o orçamento inicial, que já era superfaturado - daria mais uns 12.
Tem ainda o de Manaus, o de Cuiabá, de Fortaleza, Natal… Boa parte deles, vazios e ociosos, hoje dão prejuízo. Mas todos renderam gordas comissões à época. Empreiteiras e “agentes políticos” alvos da Lava Jato que o digam.
A construção/reforma dos 12 estádios para o mundial de 2014 custou R$ 8,4 BILHÕES, e continuaram consumindo mais outros tantos tostões em ajustes de projeto, manutenção e “melhorias”.
As obras para as Olimpíadas do Rio em 2016 consumiram mais de R$ 7 BILHÕES. E todos sabemos o abandono a que foi destinada toda aquela suntuosidade faraônica logo após os jogos.
Com esse dinheiro, poderíamos ter pelo menos mais 90 hospitais públicos em atividade hoje. Vão fazer falta daqui a poucas semanas.
“Nos países com mais de 10 leitos hospitalares por mil habitantes, todos tiveram baixo índice de mortes no coronavírus, de 0,2% a 0,3%. Nos países que têm menos de 4 ou 5 leitos para cada grupo de mil habitantes, todos estão tendo alta mortalidade.
Hong Kong tem 14 leitos para cada mil habitantes, o Japão, tem 10 leitos para cada mil habitantes e nestes países não morreu quase ninguém. A Itália tem 3,2 leitos para cada grupo de mil habitantes e foi esse desastre.
O Brasil tem 1,95 leito para cada mil habitantes. Estes números mostram que na hora que chegarmos no pico, não vai ter hospital para colocar este pessoal, não há leitos suficientes.”*
Mas “não se faz Copa com hospitais”, não é mesmo, Lula?
Dados informados pelo Dr. Miguel Srougi a O Globo em 23/03/2020
Werner Pfluck - Jornalista e publicitário

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