Se tivesse juízo, o ex-presidente não voltaria da Europa
Num comício promovido em 2010, Lula afirmou que o eleitorado do Rio tinha o "dever moral" de reeleger o governador Sérgio Cabral. Segundo o orador, ninguém amava o Rio de Janeiro mais do que o risonho candidato ao seu lado. (Amava tanto que, como se descobriria pouco mais tarde, imaginou que o objeto da paixão era dele. E se apropriou de tudo o que pôde).
Comovido com a enxurrada de elogios, Cabral retribuiu a louvação com um beijo no rosto do presidente em fim de mandato. Foi mais que um agradecimento de aliado. Foi um afago de comparsa.
Só a Lava Jato conseguiu separar os parceiros de palanque e bandalheira. Condenado a mais de 20 anos de prisão, Lula escapou do xilindró pelo atalho que o STF pavimentou. Condenado a quase 300 anos (por enquanto), Sérgio Cabral resolveu tentar a fuga pela rota da delação premiada. Para encurtá-la, começou a revelar ladroagens colecionadas pela dupla.
Que Palocci, que nada! Pelas revelações inaugurais, é Sérgio Cabral quem vai tirar de vez o sono do chefão que no momento passeia pela Europa. Se tivesse juízo, Lula ficaria por lá.
Augusto Nunes - Jornalista
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