Viramos um reino, onde o rei reina, mas não governa mais.
A estrutura enquadrou o Presidente Jair Bolsonaro. Mandetta falou com total autonomia, segurança, certa soberba e desautorizou Bolsonaro e valorizou os governadores.
Como se diz na gíria, está calçado!
Solenemente ignorou e sequer citou o nome do Presidente no seu pronunciamento de agora a pouco.
Quem conhece os bastidores da política sabe que Bolsonaro demitiu nessa tarde o Ministro da Saúde.
Seu sucessor escolhido, Deputado Federal, chegou a se mobilizar para deixar o parlamento.
Mas Bolsonaro foi obrigado, na marra, a voltar atrás, sob pena de cair imediatamente.
Quem obrigou?
Quem está mandando: as estruturas de poder na cúpula do Congresso Nacional, no STF, alinhada e aliada com os comandos militares que colocaram o Presidente e sua pequena e agora frágil estrutura no isolamento.
Aguardaram a hora certa para dar ao Presidente o corretivo por ter ouvido e seguido Olavo de Carvalho, a quem nunca engoliram. Bandearam de lado, momentaneamente!
Fato também é que Bolsonaro radicalizou, não dialogou e esticou demais a corda e perdeu a batalha, o mando e o respeito.
Vulgarizou demais a “liturgia do cargo”. Pensou que tinha cartas para jogar, mas não tinha. Ninguém mais governa na porrada e no grito.
Tem o apoio do povo, mas o povo está trancado em casa. Também desidratou política e eleitoralmente.
Ainda tem base popular sólida, atenta e participativa, mas imóvel e amedrontada. E frustrada!
Queriam tanto uma intervenção militar? O castigo veio à cavalo, nas sombras dos quepes, montado por um vírus oportunista!
A verdade é que os Generais, Almirantes e Brigadeiros nunca gostaram da aproximação do Governo brasileiro com os EUA.
E, se analisarmos bem a história, desde a proclamação da República, os militares sempre conspiraram nas sombras.
Foram eles que criaram e alimentaram essa estrutura de poder que corrói a República, aniquilando lideranças liberais conservadoras, sempre cheios de ciúmes e de positivismo apaixonado.
E agindo assim, permitem sempre o renascimento da esquerda.
E a necessidade constante da sua volta. O círculo que se repete. A roda gira. Eles nunca saem do poder.
E também não toleram as posições radicais do Capitão Presidente.
Intuo que Bolsonaro errou no curto prazo, mas vai acertar no longo prazo.
E talvez a mudança venha ainda mais profunda, como efetivamente tem que ser.
Teremos dias sombrios pela frente!
Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo. Agora, a hora de um recuo estratégico!
Luiz Carlos Nemetz - Advogado
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