“Antigamente”,
na época em que o homossexualismo, ou qualquer outra prática LGTB, sofria
maiores restrições, discriminação, ou preconceito da sociedade, a maioria das
pessoas que tinham esses hábitos sexuais diferenciados, devido às restrições
que sofriam no próprio meio social, procuravam escondê-los, ”escamoteá-los”, “enclausurá-los”,
tanto quanto possível.
E
na verdade conseguiam “disfarçar” bastante, tornando-se difícil ao observador
desavisado perceber essas “vocações”, muito bem escondidas. Mas em certas
situações da “vida”, mais “descontraídas”, às vezes ocorridas em reuniões
festivas, até pelo consumo de um simples copo de cerveja, o verdadeiro “eu” da
pessoa se “libertava”, se “expandia”, deixando a incômoda e inconfortável “prisão”,
flexionando a mão para baixo e reclinando o pulso, insinuando-se como
“homossexual” (quando “homem”).
Dizia-se
que o “tal” sujeito “DESMUNHECOU”. Essa expressão, com tal significado, acabou
integrando oficialmente os dicionários. Mas antes de
“desmunhecar, repita-se, ”antigamente”, os homossexuais “homens” até chegavam a
falar “grosso”, inclusive, se preciso disfarçar mais, usando um “baita” bigode.
Mas
os tempos mudaram. E mudaram bastante. Hoje a maioria desse pessoal é muito
mais “descontraída”, “assumida”, fazendo muitas vezes até questão de mostrar
publicamente qual é o verdadeiro “eu” que se esconde naquele corpo.
Mas
o “desmunhecamento” não é privativo da identidade de gênero, sexual. Em muitas
outras situações da vida as pessoas “disfarçam”, tentam esconder o que
realmente são. Isso se dá na religião, na família, na política, nos
parlamentos, nos governos, na Justiça, ou em qualquer outra situação que tenha
seres “humanos”. Mas esses disfarces às vezes “escorregam”. Tornam-se visíveis.
Perceptíveis a olho nu.
O
Ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, por exemplo, desde a sua posse, sempre
foi um juiz prestigiado perante a opinião pública isenta, como uma das boas
referências do STF. Ao lado do seu colega, Ministro Luiz Fux, tem sido considerado
um dos “mocinhos” do STF. Uma exceção dentro de um todo maior com diversas
restrições, que estaria cumprindo à risca o papel de um dos “aparelhos ”dos
governos de esquerda, instalados desde 1995 (posse de FHC), “reforçados” de 2003
a 2016, nos 14 anos dos Governos do PT, de Lula da Silva, e Dilma Rousseff.
Mas
política e juridicamente falando, o Ministro Barroso acabou “desmunhecando” com
suas declarações infelizes no twitter, referindo-se âs manifestações e
protestos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, ocorridas
no domingo, 19 de abril de 2020, frente ao QG do Exército, em Brasília, que
inclusive contou com a presença do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Nesse
protesto, alguns chegaram a pedir “intervenção militar”.
As
frases do Ministro Barroso que merecem destaque e repúdio da sociedade: (1)
“É assustador ver manifestações pela volta do Regime Militar, após 30 anos de
“democracia”; (2) “Só pode desejar intervenção militar quem perdeu a fé
no futuro e sonha com um passado que nunca existiu”.
O
Ministro erra. E erra muito. Em primeiro lugar porque não seria possível trazer
de volta o Regime Militar, aquele de 1964 a 1985, simplesmente porque esse
passado já foi embora. O General Figueiredo, o último dos Presidentes do
“Regime Militar”, fez a “bobagem” de entregar as chaves do poder aos políticos
de plantão que queriam retomá-lo com o mesmo “entusiasmo” dos urubus que
sobrevoam carniça, e que nesse tempo, de 1985 até 2018, assaltaram os cofres
públicos em quantia estimada de 10 trilhões de reais, superior ao PIB
brasileiro, que é de 7,7 trilhões de reais.
Seria
esse o período “maravilhosos” de 30 anos da (pseudo) democracia, melhor, de “oclocracia”,
com essa roubalheira sem fim, em que o povo brasileiro teve que engolir “sapos”
como Sarney, Collor de Mello, FHC, Lula, Dilma, e Temer, a que estaria se
referindo o Ministro Barroso? Pois saiba Sua Excelência que eu trocaria esse balaio
de “gatos” da sua “democracia” de 30 anos, por uma “metade” de qualquer um dos
dignos 5 ex-Presidentes do Regime Militar.
Mas
o Ministro Barroso não ficou só por aí. Como pode ele pretender “fé” do povo
brasileiro num futuro que não oportuniza a esse mesmo povo qualquer perspectiva
de prosperidade, privilégio esse restrito às elites econômicas e políticas acampadas
nos Três Poderes Constitucionais, e aos ladrões da República, que sempre
mandaram no Brasil? Como pode o Ministro ”apagar” da própria história o Regime
Militar instalado de 1964 a 1985, insinuando ser ele “um passado que nunca
existiu”? Sua Excelência pensa que é “Deus”?
Mas
absurdamente o próprio STF acabou encampando essa “guerra” declarada pelo seu
Ministro, instaurando investigação para identificar as pessoas que teriam
cometido o “crime” de criticar o STF e o Congresso, pedindo “intervenção
militar”. Pois saiba Sua Excelência que eu não estive lá, mas concordo
inteiramente com a “receita” daquele povo.
Ninguém
vai cercear o meu pensamento e o pleno direito que tenho de defender,
democraticamente, uma faculdade prevista expressamente na Constituição Federal,
que é a intervenção militar/constitucional, do artigo 142, para colocar um
basta nas “ameaças à pátria” e ao “Poder Executivo”, orquestradas a partir dos Poderes
Legislativo e Judiciário.
E
saiba também Sua Excelência que seu eu fosse as “Forças Armadas”, com absoluta certeza
já teria decretado a “intervenção”, que tanto lhes apavora, soterrando esse
pútedro e falso “estado-democrático-de-direito”, onde Vossas Excelências se
“agarram”, substituindo-o por um novo, virtuoso e verdadeiro. O povo brasileiro
jamais sairá do buraco em que o empurraram, alcançando as suas mais nobres
potencialidades, enquanto estiver subjugado aos nefastos valores políticos e
jurídicos cultivados com tanto empenho por “Vossas Excelências”.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
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