David Uip proibiu Cloroquina em SP, mas ao pegar covid usou cloroquina
O gerente de uma farmácia que vazou a receita médica do infectologista David Uip, na qual havia a prescrição de difosfato de cloroquina, foi condenado nesta quinta-feira a pagar R$ 11 mil por divulgar o documento de forma ilegal.
O caso aconteceu em abril do ano passado, quando o infectologista coordenava o Centro de Contingência contra o novo Coronavírus em São Paulo. Uip foi infectado pela doença e, poucos dias depois, a imagem de uma receita atribuída ao infectologista circulou por grupos de whatsapp e outras redes sociais, o que deu início a uma série de críticas ao então coordenador.
O Centro de Contingência defendia à época o isolamento social, na falta de um tratamento contra a doença, e não endossava o discurso do presidente Jair Bolsonaro, defensor do uso da hidroxicloroquina.
O gerente da farmácia foi acusado pelo crime de violação de sigilo profissional, que rende pena de detenção de três meses a um ano. Na audiência preliminar realizada nesta quinta-feira (11) no Juizado Especial Criminal do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, Uip não compareceu, mas foi representado por seu advogado Luiz Flávio Borges D'Urso. O ex-coordenador do Centro de Contingência já havia informado que não aceitaria qualquer acordo e que busca o ressarcimento pela exposição sofrida.
O Ministério Público estadual ofereceu ao acusado uma pena criminal que, após negociação, foi definida em R$ 11 mil, a ser paga em quatro vezes, diretamente ao Fumcad (Fundo Municipal da Criança e do Adolescente) da Prefeitura de São Paulo, órgão destinado a assistência às crianças e adolescentes carentes.
O acusado pediu ao Ministério Público e ao juiz um parcelamento em 10 vezes, o que não foi aceito pelo MP e pelo advogado da vítima, que afirmou que, “caso aceito este parcelamento, o sentimento seria de impunidade, diante da gravidade do comportamento do acusado.
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