sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Os marginais da política "saíram da toca" com a declaração de Carlos Bolsonaro ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Quem imaginava até agora que os políticos que não valiam nada eram da esquerda, centro, ou direita, dos partidos “a”, ”b”, ou “c”, se enganou redondamente.
Todas essas correntes “ideológicas” e “partidárias”, sem exceção, tiveram representantes para censurar severamente a fala do vereador carioca Carlos Bolsonaro, no sentido de que “por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá com a velocidade que almejamos”.
Apesar da polêmica surgida com essa declaração do vereador, o seu grande mérito esteve em conseguir expulsar dos seus esconderijos o que existe de pior na política brasileira, espalhados por todos os partidos ou linhas ideológicas. Acusaram o declarante de tudo, inclusive de ser contrário à democracia, e favorável à ditadura, sem qualquer fundamento.
Mais parece de Carlos Bolsonaro conseguiu fazer uma síntese e atingir de um só golpe todos os que se “escondiam” e sentiam lá nas profundezas das suas consciências serem eles os próprios impostores responsáveis pela democracia degenerada em prática no pais.
É evidente que todos os que estavam com a consciência limpa e não se sentiam responsáveis pela democracia corrompida que efetivamente “dá as cartas” na política brasileira, não protestaram, como nem poderiam, porque não se sentiam culpados pelos descaminhos que ela tomou.
Mas ao contrário do que muitos estão dando a entender, apesar da denúncia “genérica” que fez, Carlos não chegou a tirar o seu próprio “corpo fora”, ou seja, de eventualmente ser um dos “atores” responsáveis pela democracia malformada a que ele se referiu.
Carlos acertou em cheio. Nem importa se ele se sentiu incluído, ou não, na sua denúncia. Conseguiu fazer a melhor e mais contundente denúncia política do “século”. Só errou no seu exagerado otimismo de que no Brasil a democracia verdadeira “um dia” acabaria chegando, apesar de demorar muito, se as mesmas práticas atuais que a movem continuarem.
Nesse aspecto ouso divergir de Sua Excelência. Nesse ritmo, o Brasil não vai só demorar para atingir a democracia de verdade: a democracia jamais chegará.
E não se deve confundir censura à democracia - que sem dúvida ainda é o melhor modelo político - com censura à democracia degenerada, deturpada, isto é, com a OCLOCRACIA, que é efetivamente o que se pratica no Brasil, e ao que Carlos Bolsonaro certamente teria se referido, e que beneficia exclusivamente a pior escória da sociedade, atraída a fazer política, sustentada por um povo politicamente deficiente e sem o perfil compatível às mais sadias práticas democráticas.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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