Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos definiu democracia como “O governo do povo, pelo povo e para o povo”
Se democracia é o governo do povo e para o povo, parece-me indiscutível procurar atender aos anseios dos governados.
Será que o povo apoiaria em um plebiscito, apenas para citar alguns poucos exemplos,a doação das refinarias da Petrobrás à Bolívia, a compra da refinaria de Pasadena por mais de 20 vezes o valor real, a construção dos faraônicos e “multisuperfaturados” estádios de futebol para a copa do mundo, os empréstimos aos governos de ditaduras amigas, o depenamento da Petrobrás, os gastos espetaculares nas viagens presidenciais como as de Dilma Rousseff que ficou em hotéis a 8 mil Euros por dia, o compulsório imposto sindical descontado de todos os trabalhadores, a prisão somente após o trânsito em julgado na quarta instância do judiciário, os fundos partidário e eleitoral, o direito de qualquer juiz barrar decisões do presidente da república, os salários nababescos do congresso e do judiciário, as mordomias e as estravagantes equipes de assessores que tornam nossospoderes legislativo e judiciárioos mais caros do mundo, a mão amiga que consegue julgar habeas corpus reiterados do mesmo criminoso em questão de horas enquanto um julgamento de um benefício do INSS dura décadas e, caso seja ganha a causa, recebimento em precatórios com longa carência, a aposentadoria compulsória de juízes criminosos condenados ou os empréstimos a juros subsidiados aos amigos campeões nacionais até para compra de jatinhos particulares?
Terão estes poucos exemplos elencados sido decorrência de atos democráticos ou foram simplesmente decisões ditatoriais emanadas de um pequeno grupo pessoas que vinham se revezando ad aeternum nas instâncias mais altas do poder absolutista do país?
Será que se pode considerar democrático um governo eleito com uma plataforma política e que no primeiro dia joga-a no lixo e passa a decidir como bem lhe der na telha?
Bolsonaro ameaçou vetar o fundo eleitoral de 2 bilhões de reais, e Rodrigo Maia disse:
“O Congresso tem um "arsenal" caso Bolsonaro vete os recursos para as campanhas eleitorais do próximo ano. Não fizemos, nem queremos fazer isso. Mas se ele quer jogar pra sociedade, também podemos jogar. Esse jogo traz insegurança".
Será que o povo, caso fosse consultado, apoiaria este tipo de extorsão do parlamento sobre o executivo?
Será isto democracia?
E, pergunto mais, será que as pessoas têm noção do que vem a ser R$ 2 bilhões ou R$ 3,8 bilhões como era a pedida inicial do congresso?
Assim como, para melhor entendimento se mede uma grande área em campos de futebol que todos têm noção de tamanho e não em hectares, medida que pouca gente conhece, ainda que ambos sejam praticamente iguais, vou, para facilitar, transformar os 2 bilhões e os 3,8 bilhõesde Reais em medidas mais palatáveis:
2 bilhões correspondem a praticamente dois milhões de salários mínimos, a uma pilha de moedas de um Real que teria altura igual à distância entre Porto Alegre e Salvador, pilha esta que precisaria de mais de 63 anos para ser contada à razão de uma moeda por segundo. Enfileiradas lado a lado dariam bem mais do que uma volta ao planeta terra. Com os 3,8 bilhões, que era a pedida inicial, a pilha teria altura igual à distância entre Porto Alegre e Bogotá, demoraria 120 anos para ser contada e equivaleria e mais de 3,6 milhões de salários mínimos.
Não será muito dinheiro para ser desperdiçado em apenas uma tentativa de convencer as pessoas a votar naqueles que os partidos jádecidiram que serão os governantes dos estados e dos municípios desta pobre nação?
E não esqueçamos do fundo partidário de aproximadamente 1 bilhão, dinheiro que, de igual forma,acho que jamais seria aprovado em um plebiscito.
No Brasil a democracia se resume às obrigações de votar e pagar impostos. Esta é a parte que cabe ao povo. Praticamente todo o restante não passa de ditadura dissimulada.
Parece-me que Bolsonaro tem sido único dentre os últimos presidentes que tenta cumprir o que prometeu, com grande dificuldade devido aos ataques ininterruptos da esquerda e da grande mídia e às represálias do parlamento e do judiciário, aos quais, ou pelo menos a grande parte de seus membros, não interessa a melhora do país e sim a manutenção de seus privilégios. Como disse o Paulinho da Força, “Precisamos de uma reformada Previdência que não garanta a reeleição do Bolsonaro”
Isto, para mim, nada tem a ver com democracia. O povo elegeu Bolsonaro. Esquerda, grande parte da grande mídiae das mídias digitais, significativa parcela do parlamento e do judiciário farão de tudo para impedir que ele chegue ainda no cargo ou quem sabe até mesmo vivo até às próximas eleições. É o ataque incansável dos ditadores que lutam apenas por aquilo que lhes interessa. O poder e os privilégios.
E o povo que se exploda.
O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias Atratoras e autor do livro “Quando a empresa se torna Azul – O poder das grandes Ideias”
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