Casos de infecção pelo coronavírus (2019-nCoV) identificado em dezembro na cidade de Wuhan, na China, foram detectados em outras localidades do país, como Pequim e Guangdong. Ainda foram confirmados casos na Tailândia, no Japão, na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. As celebrações do Ano Novo Chinês no final de janeiro aumentarão o volume de viagens com destino e com origem na China e dentro do país, majorando a probabilidade de transmissão para outros locais, como Europa e África.
A grande arma contra o coronavírus é a higiene das mãos e a etiqueta respiratória
São dezenas de mortos e centenas de pessoas infectadas com o coronavírus. Mais de mil casos considerados suspeitos investigados. Diversos países adotaram medidas em fronteiras e aeroportos, com a criação de áreas exclusivas para passageiros oriundos da China. Outros utilizam câmaras térmicas para identificar temperatura corporal. Avaliando esse cenário, pode-se pensar que uma propagação global seja provável. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou prematuro declarar situação de emergência internacional.
Até agora, nenhum caso do 2019-nCoV foi confirmado no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a incidência dos casos notificados como suspeitos e descartados é baixa, nível 1 de alerta. O MS anunciou a instalação do Centro de Operações de Emergência, que vai monitorar o coronavírus e atuar junto aos serviços de emergência para que estejam preparados se a situação se agravar. Considerando a evolução e a gravidade da doença, o novo coronavírus é uma situação de emergência. A possibilidade de transporte da doença para outros lugares do mundo é uma realidade, haja vista o avanço tecnológico no transporte por vias aéreas e marítimas.
O Brasil é um país continental, com milhares de quilômetros de fronteira seca, portos e aeroportos, e aberto para o mundo. Ao mesmo tempo, não tem estrutura adequada de atendimento em saúde nem investimento em prevenção e pesquisa e, muitas vezes, mostra descaso com a população. Precisamos adotar uma postura proativa, aderindo práticas apropriadas de prevenção e controle de infecções e, consequentemente, evitar a entrada do coronavírus e de outras doenças no país e proteger as pessoas. O objetivo não é gerar pânico desnecessário na população. É estar alerta e preparado para a potencial evolução do 2019-nCoV e de outras doenças, inclusive, aquelas que já são um problema de saúde pública e outras que pensávamos não mais existir no Brasil.
Eduardo Nesuerbarth Trindade - Presidente do Cremers
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