sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Não fariam com Mourão o que fazem com Bolsonaro ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Com absoluta certeza, a esquerda ainda não providenciou o impeachment de Jair Bolsonaro porque está conseguindo governar e impor os seus valores, através dos outros Dois Poderes que controla, o Legislativo (Congresso Nacional), e o Judiciário (Supremo Tribunal Federal), que “trabalham” em conluio, contra o Presidente.
A existência, ou não, de “crime de responsabilidade”, do Presidente da República, ensejadora de eventual impeachment, do ponto de vista “jurídico”, seria absolutamente irrelevante, uma vez que o julgamento do “impedimento”, pelo Congresso, é de ordem puramente “política”. Nesse caso, o fundamento “jurídico” se confunde com a vontade “política” dos parlamentares. Seria o Poder Legislativo Federal que “inventaria” um fato qualquer, motivo do impedimento, e aplicaria o (seu) “direito” e a (sua) “lei”, sobre ele.
Mas apesar de não haver a necessidade de impichar Bolsonaro, porque a esquerda governa livremente  sem ele, fazendo as leis conforme melhor lhe aprouver, sempre  com o “aval” do Supremo Tribunal Federal  (veja-se o exemplo do tal “Juiz de Garantias”), certamente essa esquerda  se “borra” de medo em vista do personagem que teria que assumir no lugar de Bolsonaro, se impichado ele fosse, exatamente como antes já aconteceu, nos impedimentos  de  Collor de Mello, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016, onde os respectivos Vice-Presidentes assumiram (Itamar Franco e Michel Temer), ou seja, o Vice-Presidente atual, Hamilton Mourão, que não se trata de nenhum militar “faz-de-conta”, ou “fake news”, como Bolsonaro, que viveu a maior parte da sua vida, não como “militar”, mas como “político”, com inúmeros mandatos de Deputado, na Câmara Federal, com certeza adquirindo  aí inúmeros vícios dessa nefasta “convivência”, dentre os quais a prática do “bate-boca”, tão comum  entre  políticos, mas  raro entre  militares.    
Portanto, na ótica da esquerda, assim como está fica muito bom. Ela “governa”, comodamente, pensando não correr qualquer risco de ser impichada do “mapa”, e ao mesmo tempo implementando todas as condições requeridas para frustrar o Governo Bolsonaro e retornar ao poder nas eleições de 2022. É só por isso que não provocará o impeachment do Presidente. Assim é muito mais garantido e seguro.
Resumidamente: Mourão saiu da “tropa”, da “caserna”, recentemente; Bolsonaro da política, deixando para trás a vida militar, da caserna, há muito tempo.
Em polêmicas declarações antes das eleições de outubro de 2018, o General Hamilton Mourão deixou muito claro que se dependesse dele não toleraria nem a metade das “sacanagens” que hoje estão fazendo com o Presidente Bolsonaro, que não está conseguindo governar, nem se “impor” perante a oposição.
Portanto, as únicas  alternativas que restariam  para impedir o retorno da esquerda ao poder nas eleições de 2022, independentemente do resultado das eleições municipais de 2020, seria exatamente o “impeachment”, tanto o “formal”, conforme a Constituição, contra Bolsonaro, quanto o (impeachment) “informal”, autorizado  pelo artigo 142 da Constituição, contra os que procedem de forma a  boicotar e inviabilizar totalmente um dos Poderes Constitucionais, o Poder Executivo, uma das hipóteses previstas da chamada (erroneamente) ”intervenção militar/constitucional”.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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