Primeiro semestre de 2020, pandemia de doença viral, misteriosamente iniciada na China, altamente contagiosa, que em última instância compromete o funcionamento pulmonar e pode matar.
Único tratamento conhecido para os raros casos graves é o uso de um equipamento cujos estoques hospitalares podem não ser suficientes, caso a contaminação continue nesse ritmo de crescimento.
Só uma solução alternativa, que dispense os tais respiradores, pode nos salvar das incontáveis mortes, bem como do pandemônio econômico, igualmente fatal, que a quarentena exagerada que tenta, sem sucesso, conter a propagação do vírus, e que nos foi imposta.
Eis que um cientista iluminado resolve testar nos contaminados pelo novo vírus chinês um remédio descoberto há 80 anos e que já é costumeiramente ministrado, sem maiores efeitos colaterais, em utentes de outras enfermidades como: malária, lúpus e etc.
Os resultados são um inquestionável e arrebatador sucesso. 100% dos doentes são curados, em todos os grupos de pacientes, de todos os médicos pesquisadores, de todas as nações que testaram essa descoberta!
A taxa de sucesso é tão positiva e o resultado veio tão rapidamente, que as pessoas atribuem a descoberta a uma intervenção divina e resultado direto de orações.
É inacreditável que iremos nos livrar dessa tão ligeiramente, e a felicidade e tranquilidade se espalham mais rápido que o próprio vírus, apesar da dolorosa perda de alguns de nossos idosos já enfraquecidos, que infelizmente foram contaminados antes do surgimento dessa cura.
Só tem um probleminha. Um único senão.
Quem primeiro divulgou e defendeu o uso da cloroquina foram Trump e Bolsonaro, e não se pode deixar o inimigo político ter razão sob hipótese alguma, nem que pra isso a humanidade deva se extinguir.
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