Infelizmente, ele não foi o primeiro e não será o último …
Ele é um jornalista cidadão, querendo fornecer a “verdade” sobre o que estava acontecendo em Wuhan, o epicentro inicial do surto de coronavírus na China.
Eles postou vídeos on-line, compartilhou fotos e histórias dramáticas de dentro de uma cidade em quarentena que foi praticamente isolada do resto do país.
Agora, ele simplesmente sumiu.
Chen Qiushi estava determinado a compartilhar o que pudesse sobre a pandemia, reportando a partir de Wuhan, capital da província de Hubei, e enviando o que descobrisse ao mundo.
Como resultado, ele acumulou milhares de visualizações em seus vídeos, mas seus canais agora estão mudos e aqueles que os seguiam online temem que possa ter desaparecido definitivamente.
O que sabemos sobre Chen Qiushi?
Chen, um ex-advogado de direitos humanos que virou jornalista, já era relativamente conhecido no espaço ativista.
Ele construiu sua reputação através da cobertura dos protestos de Hong Kong, em agosto passado.
Mais tarde, alegou que essa cobertura o levou a ser assediado e finalmente amordaçado pelas autoridades chinesas após seu retorno ao continente.
Suas contas nas mídias sociais chinesas, que tinham mais de 700.000 seguidores, foram excluídas.
Mas ele não se calou.
Em outubro de 2019, Chen criou uma conta no YouTube que agora tem cerca de 400.000 assinantes.
Ele também tem mais de 265.000 seguidores no Twitter.
No final de janeiro de 2020, ele decidiu viajar para Wuhan para informar sobre o agravamento da situação.
“Vou usar minha câmera para documentar o que realmente está acontecendo. Prometo que não vou … encobrir a verdade”, disse ele em seu primeiro vídeo no YouTube.
Ele visitou diferentes hospitais em Wuhan, examinando as condições e conversando com os pacientes.
Chen sabia que isso o estava colocando em risco.
Ele disse ao repórter da BBC, John Sudworth, que não tinha certeza de quanto tempo poderia continuar.
“A censura é muito rigorosa e as contas das pessoas estão sendo encerradas se eles compartilharem meu conteúdo”, disse ele.
Então, em 7 de fevereiro, um vídeo foi compartilhado em sua conta do Twitter – que atualmente é gerenciada por um amigo – que relatou que ele [Chen] havia desaparecido no dia anterior:
“Seu amigo Xu Xiaodong, ele foi levado para uma quarentena forçada.”
O que as autoridades disseram?
As autoridades chinesas permaneceram de boca fechada sobre o assunto.
Não há nenhuma declaração oficial detalhando onde Chen Qiushi está, ou quando ele provavelmente surgirá e se realmente foi colocado em quarentena.
Patrick Poon, pesquisador da Anistia Internacional, disse que ainda não está claro se Chen “foi levado pela polícia ou colocado em ‘quarentena forçada'”.
“As autoridades chinesas devem informar suas famílias e dar-lhes acesso a um advogado de sua escolha. Caso contrário, é uma preocupação legítima que eles correm risco de tortura ou outros maus-tratos”, disse Poon à BBC.
Por que eles podem ter desaparecido?
Pequim é conhecida por reprimir ativistas que se manifestam e também tem demonstrado interesse em mostrar que está controlando o surto.
Talvez não seja surpreendente que, segundo um pesquisador da Human Rights Watch (HRW), as autoridades estejam atualmente “mais preocupadas em silenciar as críticas do que conter a propagação do vírus”.
Um médico, Li Wenliang, foi avisado para não espalhar “comentários falsos” depois de dar o alarme sobre o vírus no início de dezembro. Ele finalmente pegou o vírus e morreu.
Sua morte provocou uma onda sem precedentes de raiva, provocando um levante online.
As autoridades chinesas ficaram surpresas e reagiram tentando censurar todos os comentários críticos sobre a morte do dr. Li.
Chen Qiushi está desparecido desde 6 de fevereiro - Chen Qiushi – legendado
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