quinta-feira, 16 de abril de 2020

Meio general "tipo 64" já serviria!!! ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Cada vez mais aumenta a curiosidade das pessoas para saber a quantidade de generais que têm o Exército Brasileiro, e oficiais superiores equivalentes, nas outras duas “Forças” (Marinha e Aeronáutica), em plena “atividade ”e, dentro desse total, quantos teriam recebido essa promoção durante o período em que o PT governou, de 2003 a 2014.
Na verdade seria conversa para “boi dormir” qualquer suposição que descartasse completamente que os aspectos ideológicos dos candidatos habilitados ao generalato não tivessem influenciado a “rede” de comando das Forças Armadas, capitaneada desde o Presidente da República, “Chefe Supremo” das FAs, na concessão dessas promoções. E que nesse desiderato, as FAs tivessem se restringido somente aos   regulamentos militares, sem outras “considerações” alheias à carreira militar.
Apesar do Presidente  Jair  Bolsonaro ter “lotado” o Palácio do Planalto,  os  Ministérios, e diversos órgãos do governo de 2º escalão, de generais, mais parece que esse “exército” de oficiais superiores acampados no governo não estaria conseguindo impor o respeito que seria de se esperar  de parte  Congresso  Nacional e dos Tribunais Superiores, especialmente do STF, em relação à Presidência da República.
Simplesmente “eles” não estão deixando o Presidente da República governar. Os boicotes ao governo alternam-se com as sabotagens. Entre uma ação que pode ajudar ou prejudicar o governo, a opção, invariavelmente, será a segunda. Não existe mais “Três Poderes”; o que existe são Dois Poderes, o Legislativo e o Judiciário, CONTRA o “outro” Poder, o Executivo.
E sem esse imprescindível “respeito” dos Poderes Legislativo e Judiciário, em relação ao Poder Executivo, é evidente que fica totalmente prejudicada a regra constitucional da harmonia, independência, e equilíbrio entre os poderes constitucionais, adotada nos Estados Democráticos de Direito, desde a doutrina de Montesquieu.
Alguns oposicionistas radicais, mal-educados, ousados, e “desaforados”, e já ouvi bastante isso, chegam a afirmar que “militar reformado é como cachorro morto, pode seu chutado à vontade”. Talvez seja essa a razão que explique a relativa queda no prestígio, e mesmo “força” do Clube Militar, por exemplo, que teve fundamental presença política no passado, mas que hoje passa a ser (des)considerado por muitos como se fosse  “nada”.
Observando essa absoluta falta de respeito das autoridades investidas nos Poderes Legislativo e Judiciário, contra o Presidente da República, e seu Governo, ”convido” a minha memória a fazer um passeio pelo passado recente, mais precisamente, entre 1964 e 1985.
Alguém teria conseguido registrar nesse período histórico do “passado” sequer um só “desaforo” contra os 5 (cinco) Presidentes do Regime Militar, durante os seus 21 anos de gestão, parecido com a “enxurrada” de dezenas de desaforos “diários” que jogam contra o Presidente Bolsonaro?
Voltando um pouco no tempo:  no dia 20 de março de 1964, o então Chefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, General Humberto de Alencar Castello Branco, expediu uma “circular reservada aos Generais e demais militares do Estado  Maior do Exército”, exortando-os a reagir contra o discurso proferido no dia 13 do mesmo mês, no comício organizado pelo Comando  Geral de Trabalhadores - CGT, onde ameaçaram  a instalação de uma assembleia nacional constituinte para aprovação das então chamadas “reformas de base”, acompanhada de uma greve geral no país, dentro desse objetivo e que, se porventura vingasse, traria enormes  e irreparáveis transtornos ao país.
Essa “circular reservada” acabou acendendo formalmente a chama do Movimento Revolucionário  cívico-militar, que  já vinha sendo ”conspirado”, e que teve o seu “clímax” na manhã do dia 31 de março de 1964, a partir da  corajosa atitude do General Olympio Mourão Filho, então Comandante da 4ª RM/4ª-DI, de Juiz de Fora/MG, que comandou  a “arrancada” das  suas tropas na marcha para  derrubada do Governo João Goulart, e que nesse percurso  teve a adesão do Marechal Odilio Denys, e suas tropas que, ”teoricamente”, teria a missão de “frear” a marcha “revolucionária” do General Olympio Mourão, mas que acabou aderindo à causa revolucionária.
Ora, esse  “chove mas  não molha” que trava completamente o Governo Bolsonaro só pode ter uma das seguintes  explicações: (1) Ou  esse “batalhão” de ministros e  assessores  militares  acampados no Palácio do Planalto, e “cercanias”, são “melancias” (disfarçadas), deixando tudo como está para inviabilizar e desgastar o Governo Bolsonaro, e com essa atitude de omissão facilitar o retorno da esquerda à Presidência da República, nas eleições de  outubro de 2022; (2) Ou seríamos forçados a reconhecer que “NÃO SE FAZEM MAIS GENERAIS COMO ANTIGAMENTE”!!!
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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