A choradeira pelo terrorista foi tanta que faltaram lágrimas para quem estava a bordo do avião derrubado pelo Irã.
Em resposta aos sucessivos ataques terroristas urdidos por Kassen Soleimani, o governo dos EUA despachou para o paraíso islâmico, a bordo de um drone, o serial killer fantasiado de general. Imediatamente, os aiatolás da imprensa brasileira inundaram as páginas de jornais e revistas com o que Nelson Rodrigues chamava de lágrimas de esguicho. Foram tantas que não sobrou nenhuma para os 176 tripulantes e passageiros do avião pulverizado por um míssil disparado por militares iranianos.
Quando os EUA anteciparam o encontro entre Soleimani e um bando de virgens, os jornalistas a serviço da ditadura religiosa enxergaram no merecidíssimo castigo o prelúdio da Terceira Guerra Mundial. Se o míssil que destroçou o avião de uma empresa ucraniana fosse made in USA, a tropa especializada em batalhas verbais acusaria o presidente Donald Trump de ter iniciado o conflito planetário — e se juntaria às multidões fanatizadas que desde o século passado berram “Morte à América” nas ruas de Teerã. Mas sem sair do Brasil.
Esses combatentes de papel só lutam longe das áreas conflagradas. A distância aumenta exponencialmente quando voos de carreira são abatidos por disparos “não intencionais” de mísseis — e até devotos do regime perdem a vida por mero acidente. No enterro do chefe terrorista, por exemplo, dezenas de viúvos de Soleimani morreram pisoteados por centenas de viúvos de Soleimani. Previsivelmente, entre as vítimas não havia nenhum jornalista brasileiro. Nem haverá. Eles preferem varrer da face da terra o Grande Satã americano enfurnados em trincheiras virtuais.
Augusto Nunes - Jornalista
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