A melhor cidade brasileira, e das mais espetaculares do mundo, vem sendo destruída, como se tivesse sido invadida por uma tropa de ocupação.
Não existe no Brasil nenhuma cidade, de qualquer tamanho, envolvida num processo de destruição tão perverso e prolongado como o Rio de Janeiro. Desde que roubaram do Rio a posição de capital federal, durante os “anos dourados” que dizem ter ocorrido por aqui, a melhor cidade brasileira, e uma das mais espetaculares do mundo, vem sendo arrasada – como se tivesse sido invadida por uma tropa de ocupação.
Chegou-se, agora, a um dos grandes momentos desta desgraça: nem água, uma mísera gota de água limpa que seja, as autoridades cariocas conseguem fornecer à população.
A água do Rio de Janeiro, suspeita de contaminação séria, é fornecida, obviamente, por uma empresa estatal – e o resultado é o que se poderia esperar. O governador do estado, que estava passeando na Disney em vez de trabalhar, demitiu o mandarim encarregado da área de saneamento da empresa.
É mais um clássico do gênero – espera-se até que os burocratas criem a catástrofe, e quando a catástrofe acontece, o governador faz de conta que está indignado e bota na rua o primeiro culpado que lhe passa pela frente.
Governantes presos
O Rio vem sendo assassinado há 60 anos pelos seus governantes. Talvez não haja nenhum outro estado do Brasil que tenha conseguido sobreviver a uma sequência de governadores como Leonel Brizola (duas vezes), Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sergio Cabral e, por fim, um cidadão que se deixava chamar de “Pezão”.
A um certo momento, três deles estavam presos ao mesmo tempo, por corrupção e outros crimes. Sergio Cabral, o campeão dos campeões, está na cadeia até hoje, condenado a 200 anos de prisão.
Nenhum deles foi nomeado pela “ditadura militar”. Todos foram eleitos, durante o grande renascimento da democracia no Brasil, pelo povo do Rio de Janeiro.
J. R. Guzzo - Jornalista
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