quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Absolvição do Regime Militar após o "holocausto" PT ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

Não vai demorar muito e completarei os meus 80 “aninhos”. Durante todo esse tempo, desde os 18, que era a idade mínima para possuir título eleitoral, jamais consegui votar elegendo um candidato que realmente tivesse a minha admiração, no qual eu confiasse e votasse com plena convicção e entusiasmo.  Em todo esse tempo, ajudei a eleger somente dois Presidentes da República, embora se eu pudesse ter escolhido outros nomes para optar por um deles, talvez não fossem essas as “listas” que me impuseram.  Então, tive que optar por algum candidato que os partidos políticos “deformados” e a sua Justiça Eleitoral “cúmplice” me enfiaram “goela-abaixo”.
Na primeira vez em que compareci às urnas, com o título recém-saído do “forno”, acabei “quebrando a cara”, pela minha inexperiência política, votando naquele “maluco” do Jânio Quadros, que era a grande “novidade” daquele momento, a “esperança”, a “vassoura, que iria varrer toda a sujeira política, mas que acabou frustrando o povo brasileiro, não limpando coisa alguma, e causando inestimável prejuízo à democracia com a sua estrambelhada renúncia, até hoje não bem explicada. Portanto, ao invés de “varrer”, Jânio foi “varrido”.
Mais de 50 anos depois, em outubro de 2018, voltei a eleger um Presidente, dessa vez Jair Bolsonaro, mais com “animus” de derrotar o PT, do que qualquer outro objetivo, porquanto era esse o candidato que mais representava, ou aparentava ser, o “anti- PT”.
Portanto, Jânio e Bolsonaro foram os únicos candidatos presidenciais que consegui eleger em toda a minha vida “democrática” (???). Mas votei neles só porque não tive outra escolha. Para mim, eles representavam não o “melhor”, porém o “menor pior” da política.
Essas experiências políticas que vivenciei, primeiro nos anos 60, depois em 2018, me desafiaram a memória, e nela fui buscar situação semelhança descrita por Adolf Hitler, na sua “Mein Kampf”. Esse livro foi escrito durante a sua juventude, enquanto Hitler estava preso. Segundo o “Fuhrer”, no seu país de origem, que era a Áustria, ”ERAM ATRAÍDOS PARA FAZER POLÍTICA A PIOR ESCÓRIA DA SOCIEDADE”.
Pois bem, com absoluta certeza, foi muito mais por essa “infeliz” frase de Hitler, que os políticos de todo o mundo passaram a odiá-lo, comparando-o até com o “demônio”. O extermínio genocida de 6 milhões de judeus, que deveria ser o motivo, sempre foi deixado num segundo plano.
Mas esses mesmos políticos que condenam Hitler, mais pelas verdades ditas em relação a eles próprios, do que propriamente pelo genocídio dos milhões de judeus, ao mesmo tempo “poupam” os tiranos comunistas que deixaram um rastro de morte com 100 milhões de pessoas assassinadas por onde passaram. Essa atitude de muitos políticos são “dois pesos e duas medidas” muito   difíceis de explicar, a não ser por via da “canalhice”.
Todavia a vitória de Bolsonaro, em outubro de 2018, lamentavelmente só  conseguiu afastar - assim mesmo , muito de “leve” -  o domínio  do PT , que governara à plenitude, de 2003 a 2016, e com grande influência de 2016 a 2018, do Governo Federal, e jamais do ESTADO BRASILEIRO, não só à vista do aparelhamento de pessoal que o PT deixou nos Três Poderes Constitucionais (Executivo, Legislativo e Judiciário), como também nas disposições da própria Constituição de 1988, de inspiração nitidamente  esquerdista, e nas leis que se seguiram.
Porém, a vitória do “capitão não conseguiu desmanchar o Estado totalmente aparelhado que fora deixado pelo PT, e que começou pelo “tripé”- CULTURA, EDUCAÇÃO, e COMUNICAÇÕES - exatamente como concebido por Antônio Gramsci, na sua visão comunista de tomada gradativa do poder.
E para que o Presidente conseguisse esse “desmanche”, seria necessário apoio não só do Poder Legislativo Federal, através das novas leis que deveriam ser aprovadas, substituindo as “antigas”, mas também o “amém” do Supremo Tribunal Federal, ambos, porém, lamentavelmente, “comparsas” do PT em tudo, mesmo que “dissimulados”.
Então como recurso extremo só caberia ao Presidente Bolsonaro recorrer à medida prevista no artigo 142 da Constituição, a única que poderia desmanchar o “aparelhamento”, o “estado-de-direito” totalmente viciado e corrompido, para que desse lugar a um novo e legítimo “estado-democrático-de-direito”. Mas o Presidente, e a seu “clã” de generais no Governo, lamentavelmente “amarelaram”.
Hoje enxergo a (pseudo) democracia brasileira com muita clareza.  Como um modelo totalmente falido. Tão falido que os melhores governos que o Brasil teve não foram os escolhidos nas “urnas” da sua   “democracia”, porém por outros métodos. Queiramos, ou não, por conseguinte, os melhores governos que o Brasil teve coincidiram com o chamado Regime Militar, de 1964 a 1985. Em matéria de infraestrutura pública, não dá nem para comparar. Os militares construíram mais nos 21 anos dos seus governos do que todos os seus sucessores em 35 anos, ou seja, até hoje. E para que não se interprete mal, não considero o Presidente Bolsonaro um “militar” (que foi), e sim um “político”.
Então passei a lembrar dos dizeres de um dos maiores filósofos que a humanidade já teve, Aristóteles (384 a.C - 322 a.C), em “Política”, onde o pensador preconizou que seriam válidas quaisquer das formas “puras” de governo, e que essas seriam tanto a MONARQUIA, quanto a ARISTOCRACIA, ou a DEMOCRACIA. Todas, porém, condicionadas ao exercício com VIRTUDE. É por essa simples razão que as piores ditaduras, ou tiranias, podem acontecer usando democracia meramente como “máscara”, ”capa”.  A nossa “vizinha” Venezuela é exemplo.
E lamento dizer-lhes: creio ser esse o maior mal do Brasil. É justamente através dessa “democracia” falsificada, que por isso se transformou-se em OCLOCRACIA, que os bandidos, os ladrões, os canalhas e os patifes de toda espécie passaram a dominar o povo brasileiro e a maioria dos seus governos, roubando-lhe as riquezas e potencialidades.
Talvez a mitologia possa enriquecer essa discussão. A fábula das rãs (de Esopo), que exigiam um rei, pode servir como uma “luva”. As rãs moravam num charco, e se queixaram para Júpiter da sua vida monótona, pedindo um rei. Júpiter atendeu, jogando-lhes um pedaço de pau na água. De início as rãs se assustaram. Mas aos poucos perceberam que o pau “não era de nada”, nem se mexia. Reclamaram novamente a Júpiter, que dessa vez enviou-lhe como novo deus uma cegonha, que passou a devorar todas as rãs, uma a uma. Moral da história: “satisfaz-te com a situação atual, mesmo que seja má, porque uma mudança pode ocasionar coisa pior”. Não foi exatamente isso que aconteceu na política do Brasil em 1985?
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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