A estrutura de produção, a vida econômica e as relações sociais dependem do que acontecerá ou não com algo que sequer existia 3 meses atrás
É sempre muito perigoso deixar o futuro a cargo da esperança, mas aí é que está: estamos numa situação onde não parece existir muito mais do que isso para contar. A questão é o coronavírus, que vem crescendo desde o mês de dezembro. Surgiu na China, saltou para fora das suas fronteiras, chegou a países desenvolvidos e, agora, inevitavelmente, está batendo às portas do Brasil.
Na melhor das condições, a saúde pública brasileira é uma lástima. Em condições como as de agora, tudo fica apenas mais complicado.
Éramos piores – mas o mundo era menos arriscado.
O fato é que, apesar de todos os progressos obtidos nas últimas décadas, estamos hoje altamente vulneráveis a tudo – sobretudo em situações nas quais o mal tem o grau extremo de malignidade, que é a marca do coronavírus, chinês na origem e agora internacional.
Calamidade
Toda a agenda política do Brasil – as “pautas-bomba” do Congresso, as brigas entre os poderes, as reformas, a radicalização da política e tudo o mais que você possa imaginar – pode estar indo para o espaço, pura e simplesmente, se o coronavírus se transformar, aqui, na calamidade que ameaça ser.
Toda a estrutura de produção, a vida econômica e as relações sociais estão na dependência do que vai ou não vai acontecer com algo que sequer existia três meses atrás. É complicado.
Os atores principais da nossa vida pública, ou os que se imaginam assim, bem que poderiam ter uns momentos de humildade diante de uma realidade em relação à qual não dispõem da mais remota possibilidade de controlar.
Mas acham que estão além e acima de tudo isso. Esperemos.
J. R. Guzzo - Jornalista
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