Os maiores responsáveis diretos pelo que está acontecendo, para não dizer os únicos, são os membros do próprio parlamento
Todo mundo pode fazer um pacto de silêncio absoluto e não dizer uma sílaba a respeito, em nome da necessidade evidente de manter aberto o Congresso Nacional, mas não adianta nada, absolutamente nada, fazer de conta que a responsabilidade pela desgraça política de deputados e senadores brasileiros pertence aos organizadores dos protestos previstos para o dia 15 de março.
Sim, são eles que armam na prática a manifestação. Mas os maiores responsáveis diretos pelo que está acontecendo, para não dizer os únicos, são os membros do próprio parlamento. Não haveria ninguém na rua protestando contra os deputados e senadores, no dia 15 ou em qualquer outro dia, se a maioria deles não tivesse a conduta que tem no exercício das suas funções. Agem como criminosos. Com muita justiça, são vistos exatamente assim pelo povo do Brasil.
Não podem os parlamentares, depois de tudo o que têm feito na cara do público nos últimos anos, esperar agora um mínimo de solidariedade ou de simpatia por parte da imensa maioria da população brasileira. É uma tristeza, mas é perfeitamente inútil esconder que é assim.
Não dá, na prática, para defender o Congresso como instituição – e como elemento essencial para a democracia – e ao mesmo tempo aceitar a atuação delinquente que os congressistas de carne de osso mostram todos os dias. São eles próprios, e ninguém mais, que estão destruindo por dentro o respeito pelo poder legislativo.
J. R. Guzzo - Jornalista
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