terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Impeachment de Trump é a maior "não-notícia" da história recente ✰ Artigo de J. R. Guzzo

Pois aí está: terminou miseravelmente, como não poderia ser de outra maneira, o “impeachment do presidente Donald Trump”, fantasia a respeito da qual encheram a sua paciência no noticiário durante um ano inteiro.
Você já fez uma conta, bem por cima, de quanto tempo perdeu lendo sobre o assunto, ou ouvindo os programas de rádio e televisão falarem a respeito? Nem faça; vai se aborrecer à toa.
O fato é o seguinte, para resumir a opera toda: esse “impeachment” de Trump concorre com grandes chances de vitória a ser a notícia não existente mais publicada pelos meios de comunicação em sua história moderna.
Nunca houve, desde o primeiro minuto, a mais remota chance real de Trump perder seu mandato num processo desse tipo. No entanto, não apenas a notícia foi socada em cima da opinião pública como se fosse algo real e iminente, mas como perfeitamente possível – ou até provável. Donald Trump nunca poderia ser deposto por uma manobra que, desde o início, foi absolutamente partidária, e não baseada num processo legal com um mínimo de consistência.
As lideranças do Partido Democrata, sabendo que vão perder as próximas eleições e que Trump vai ser reeleito, quiseram derrubar o homem no tapetão. Mas, o mais interessante da história é que suas chances de ganhar no tapetão, matematicamente, eram iguais a três vezes zero. Para dar só um detalhe: o Senado americano, com 100 senadores, precisa aprovar todo e qualquer passo de um processo de impeachment, e dar a decisão final por uma maioria de dois terços dos votos.
O Partido Republicano, de Trump, tem 67 senadores. Fim de linha, antes do começo da viagem – mas só agora, com a decisão final de que o Senado sequer iria examinar o assunto, a tese do “impeachment”, enfim, reconheceu a sua própria não existência. Deu PT, ou perda total – de tempo.
J. R. Guzzo - Jornalista

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