A maioria dos governadores brasileiros acaba de dar aos seus eleitores uma demonstração combinada de hipocrisia, oportunismo e deslealdade que já está com o seu lugar garantido na galeria dos piores momentos políticos no ano de 2020 – e olhe que ainda nem chegamos ao fim de fevereiro.
Seu “manifesto” contra o presidente Jair Bolsonaro e o governo, por isso mesmo, tem importância equivalente a três vezes zero. Não há nada ali que seja para valer. Não há nada ali que seja em defesa da população dos seus estados. Não há um pingo de sinceridade em nada do que assinaram.
Alguns dos governadores são inimigos abertos do governo – esses têm, naturalmente, todas as razões políticas para organizar, assinar e promover na mídia o abaixo-assinado. Todos os demais entraram nesse bonde querendo mostrar uma força que não têm, fazer cartaz com a imprensa e fingir que são homens corajosos, quando sabem perfeitamente que não estão correndo risco nenhum.
Ninguém, ali, será perseguido pelo governo federal em seus pedidos permanentes de verba, ajuda e outros favores. Vai sair tudo de graça. E todo mundo vai fingir que anda de cabeça erguida diante do poder central.
Tudo mentira. Na vida real, os signatários são o que existe de manso. O governador de Minas Gerais, ainda outro dia, declamou em público um poema de elogios a Bolsonaro e ao seu governo. O governador do Pará, nas vésperas de assinar o manifesto, estava puxando explicitamente o ego do presidente, ao se derramar em elogios a ele na inauguração do trecho final da BR-163. Os outros são a mesma coisa. Resultado: você não tem a menor obrigação de respeitar ou acreditar em nenhum deles.
J. R. Guzzo - Jornalista
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