Nunca será demais insistir, nesse caso da ida da atriz Regina Duarte para a Secretaria Especial da Cultura (ou coisa que o valha), num ponto chave: a “classe artística” que tanto se revoltou contra a decisão Regina, ou a parte desse mundo que mais aparece aos olhos da mídia, está negando à ela, pura e simplesmente, um direito constitucional.
Como qualquer cidadã brasileira maior de idade, alfabetizada e portadora de outras condições legais para entrar no serviço público, a atriz tem o pleno direito de aceitar ou não uma função no governo.
Sustentar que ela não pode fazer isso – ou que é uma traidora, fascista, bandida, etc. ao fazer – é defender a ideia de que os cidadãos brasileiros estão proibidos de entrar para o ministério do governo Jair Bolsonaro. Se entrarem, estarão cometendo um crime moral.
É difícil encontrar uma posição tão anti-democrática quanto essa. O governo Bolsonaro é legal – aliás, é o único governo legal que existe no Brasil. Não foi imposto por um golpe militar. Foi eleito pela maioria absoluta dos eleitores brasileiros, em eleições livres e limpas.
Todo mundo, obviamente, tem o direito de ser 100% contra esse governo e tudo o que ele faz. Mas o direito de ser a favor é exatamente igual. Não aceitar esse fato é assinar um manifesto a favor das ditaduras.
J. R. Guzzo - Jornalista
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