Quem contesta a legitimidade da (pseudo) democracia brasileira, onde me enquadro, bem como a grande quantidade de “lixo” eleitoral que emerge vitorioso das urnas, em cada eleição periódica, com certeza não verá diferente os resultados das eleições internas na Câmara e no Senado, que apontam os respectivos presidentes dessas Casas Legislativas, numa espécie de “eleição indireta”. Certamente os vícios da primeira “democracia”, da “direta” serão reproduzidos na segunda, na “indireta”, apesar dessas eleições legislativas contarem com um reduzido corpo eleitores, mas muito mais “espertos”.
Os que acompanharam a verdadeira “vibração” e as comemorações do atual Governo Jair Bolsonaro, instalado em 1º de janeiro de 2019, e de todos os grupos que o apoiam, com as eleições do senador Davi Alcolumbre, para a Presidência do Senado, e do deputado Rodrigo Maia, para a Presidência da Câmara Federal, em fevereiro de 2019, que desbancaram, respectivamente, os inimigos “mortais” do governo que se instalava, ou seja, Renan Calheiros, no senado, e Eduardo Cunha, na câmara, eleitos em fevereiro de 2017, devem ter ficado absolutamente “pasmos” com as mesmas comemorações de antes provocadas agora pelas “quedas” de Alcolumbre e Maia, tão “festejados” antes, e que foram substituídos, respectivamente, por Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, em eleições internas das respectivas Casas, em fevereiro corrente (2021).
“Quosque tandem..” permanecerá essa “lua-de-mel” entre o Governo Bolsonaro e as novas presidências do senado e da câmara?
Apesar de negarem esse fato, não resta qualquer dúvida que jamais na história política do Brasil se praticou um “toma-lá-dá-cá” com tanta intensidade como nessas eleições do senado e da câmara, vício político esse cujo combate, paradoxalmente. foi a principal bandeira da campanha de Jair Bolsonaro. Mas será que vai haver reservas suficientes no cofre público de “toma-lá” para sustentar esse aparente “apoio” das presidências do senado e da câmara ao Governo Bolsonaro por muito tempo?
Ora, se trouxermos as expectativas frustradas do passado para o presente, lamentavelmente estas indicariam que a atual “paz” entre o Governo Bolsonaro e as presidências do senado e da câmara poderão ser relação “fugaz”. O “tesouro” de distribuição de verbas, cargos, e favores diversos, já teria sido gasto, esgotado, desde a “primeira fase”. Que o diga o ponderado Ministro da Economia, Paulo Guedes !!!
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
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